A taxa de desemprego
subiu nos últimos três meses até maio deste ano e chegou a 8,1 , segundo dados
divulgados nesta quinta-feira (9) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e
Estatística (IBGE). O índice está acima do registrado no mesmo trimestre do ano
anterior (7 ) e supera ainda a do trimestre encerrado em fevereiro (7,4 ), que
são as bases de comparação. No trimestre encerrado em março a taxa foi de 7,9 ,
e em abril, de 8 .
Foi a maior taxa de
desocupação para um trimestre de março a maio desde 2012, segundo o IBGE.
Havia 8,2 milhões de
pessoas de 14 anos ou mais idade desocupadas no país, na semana em que foi feita
a pesquisa, informou o IBGE. [Esta estimativa era de 7,4 milhões no trimestre
terminado em fevereiro, apontando aumento de 756 mil pessoas, ou seja, 10,2
que não estavam ocupadas e procuraram trabalho], analisou o IBGE. Em um ano, o
contingente de desocupados cresceu 1,3 milhão, ou seja, 18,4 , informou o
instituto.
[Foi a maior variação
[aumento de 18,4 da desocupação no ano] da série [iniciada no primeiro
trimestre de 2012] para este período de comparação], informou o IBGE.
Segundo Cimar Azeredo,
coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, o aumento de 10,2 da
desocupação, em comparação ao trimestre terminado em fevereiro, também foi o
aumento mais intenso do que o observado em anos anteriores para o período
analisado.
[Não houve queda da
ocupação, mas ela subiu proporcionalmente menos do que subiu a desocupação, o
que fez com a taxa se elevasse], explicou Cimar Azeredo.
Os números fazem parte da
Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, que substitui a
tradicional Pnad anual e a Pesquisa Mensal de Emprego (PME). São investigados
3.464 municípios e aproximadamente 210 mil domicílios em um trimestre, informou
o coordenador do IBGE.
Ocupação
O nível de ocupação das
pessoas com 14 anos ou mais, na semana da pesquisa, foi estimado em 56,2 , uma
retração de 0,2 em comparação com o trimestre de dezembro a fevereiro de 2015.
Em um ano, a queda foi de 0,6 . O número de pessoas ocupadas foi estimado em
92,1 milhões, e [foi considerado estável em ambos os trimestres em análise].
Contudo, na comparação anual, o IBGE ressaltou que [foi a menor geração de postos
de trabalho da série].
[Essa queda de 0,6
[diferença entre nível de ocupação de 56,8 em 2014 e 56,2 em 2015] é
importante. Mostra evolução da população ocupada inferior ao crescimento da população
em idade de trabalhar], diz Azeredo.
[A população está
crescendo, mas a quantidade de emprego que está sendo gerado não está crescendo
na mesma proporção, consequentemente, o nível de ocupação vai cair?, explica o
coordenador.
População fora da força de trabalho
A população fora da força
de trabalho foi estimada em 63,7 milhões, [se mantendo estável na comparação
com o trimestre de dezembro a fevereiro de 2015]. Em um ano, esse percentual
variou 1,4 .
[Em momento onde você vê
esse cenário de redução ou crescimento menor da população não economicamente
ativa, ou você vê uma taxa de desocupação maior, rendimento não crescendo, a
tendência é as pessoas buscarem o mercado de trabalho até para poder atingir a
estabilidade].
Carteira de trabalho
O coordenador ressaltou
ainda que o número de trabalhadores com carteira de trabalho reduziu 708 mil em
um ano, ou 1,9 . [Caiu emprego sem carteira também, então, quando você vê essa
janela de estabilidade afetada, a tendência de pessoas que antes não estão
pressionando mercado, elas tendem a buscar trabalho. Estudantes, donas de casa,
diante desse cenário que acaba se desfazendo, tendem a buscar trabalho], diz.
Também houve queda do emprego sem carteira, de 310 mil.
Rendimento
O rendimento médio real
habitualmente recebido por mês em todos os trabalhos pelas pessoas ocupadas foi
estimado em R$ 1.863, denotando estabilidade em ambos os trimestres de
comparação. [Estável, mas observe que o movimento foi menor ao observado no trimestre
anterior de comparação], apontou o IBGE.
Ainda segundo Cimar,
desacelerou o crescimento do rendimento [quando se observa a variação anual
registrada de 2013 para 2014, para o período em análise [2014 para 2015].
Em comparação com o mesmo
trimestre de 2014 (R$ 1.870), o rendimento foi 0,4 menor. Em relação ao
trimestre encerrado em fevereiro (R$ 1.877), o rendimento foi 0,7 inferior.
Por posição na ocupação,
frente ao trimestre de dezembro a fevereiro de 2015, os empregados no setor
público (inclusive servidor estatutário e militar) apresentaram recuo de 2,2
em seus rendimentos reais, bem como os trabalhadores por conta própria (-3,5 ).
Frente ao trimestre de março a maio de 2014, apenas os trabalhadores por conta
própria sofreram perdas reais em seus rendimentos (-3,5 ). G.1
Cristiane Caoli e Marta
Cavallini
Do G1, no Rio e São Paulo