O Plenário Orlando Spínola
festejou os 56 anos do Sindicato dos Professores das Instituições Federais de
Ensino Superior da Bahia (Apub Sindicato), entidade que representa e defende os
docentes ativos e aposentados das Instituições Federais do Ensino Superior
(IEFS) da Bahia, com uma sessão especial, na manhã desta sexta-feira (23), que
homenageou ex-dirigentes e parlamentares parceiros nas lutas da instituição.
Entre os agraciados, além do proponente da sessão, deputado estadual Robinson
Almeida (PT), e a deputada federal Lídice da Mata (PSB), receberam uma placa
honorífica os ex-presidentes da Apub: Joviniano Neto, Raquel Nery, Eveline
Correia, João Augusto Rocha e Emanuel Freire.
O ex-presidente do sindicato
Joviniano Neto foi também homenageado nos discursos durante o evento, que
contou ainda com a presença das deputadas estaduais Olívia Santana (PC do B) e
Lucinha do MST (PT). A presidenta em exercício da Apub, Clarisse Goulard,
afirmou que a contribuição de Joviniano Neto para o sindicato é inestimável e
vai além da sua atuação em momentos conturbados, como a ditadura militar, nas
greves e no campo dos direitos humanos, lembrando da sua dedicação pela memória
da Apub. Por sua vez, Joviniano Neto, que é vice-presidente do Grupo Tortura
Nunca Mais, elogiou a iniciativa de Robinson Almeida em propor o Dia Estadual
de Combate à Tortura.
Os relatos sobre a trajetória da
Apub – que exaltava os mais de cinquenta anos de sua atuação em defesa da
democracia, da universidade pública, gratuita e de qualidade – foram permeados
por apresentação de canções da MPB, entoadas pela cantora Matilde Charles,
acompanhada, ao violão, por Val Ribeiro. O repertório também ajudou a celebrar
a trajetória de luta do movimento sindical, como o samba-enredo da Mangueira em
homenagem à Marielle Franco, vereadora do Rio de Janeiro assassinada junto com
o motorista Anderson Gomes.
Robinson Almeida destacou que,
assim como sua fundação se deu na esteira da luta democrática contra a ditadura
militar, de repressão e censura, a partir da invasão pela polícia militar da
Faculdade de Economia da Ufba, a resistência da Apub mobilizou a sociedade nos
anos seguintes. Citou os anos 90, contra o avanço do neoliberalismo e a ameaça
de privatização do ensino superior, e, mais recentemente, no governo de Jair
Bolsonaro, quando “liderou e participou de diversas mobilizações, mostrando seu
compromisso com a defesa da democracia e a integridade das instituições
públicas”.
O petista também ressaltou a
contribuição da entidade na expansão do ensino federal na Bahia, depois da
eleição, em 2002, do presidente Lula. “Se, por 60 anos, tivemos apenas a Ufba,
hoje a Bahia pode se orgulhar da Universidade Federal do Recôncavo Baiano; da
Universidade Federal do Sul da Bahia; da Universidade Federal do Oeste da
Bahia; da Universidade Federal do Vale do Francisco e da Universidade da
Integração Internacional da Lusofonia Afro-Brasileira(Unilab)”, registrou o
parlamentar.
A gestão atual da Apub, conforme
relatou a presidenta da entidade, Clarisse Goulart, apesar de ter iniciado no
momento em que foi derrotado “o governo da fome, da morte, da mordaça, do
negacionismo, da subversão da religião cristã”, está diante de um cenário
político complexo ?de um governo de trabalhadores pressionado a governar contra
trabalhadores?. ?A universidade está sem persianas. E a universidade está plena
de estudantes negros, quilombolas, indígenas, sertanejos, trans, gays,
lésbicas, com deficiência, com transtornos de espectro autista?, registrou a
sindicalista.
Clarisse Goulart saudou a Apub
como a entidade que foi capaz de combinar, nos seus 56 anos de existência, a
democracia nas universidades com a democracia nas ruas, onde “lutou arduamente
contra o autoritarismo, contra a violência policial, contra as políticas
econômicas que produziam fome e carestia, contra as sanhas privatistas dos anos
neoliberais e autoritarismo carlista, contra as perdas de direitos, mesmo em
tempos de governos de trabalhadores e contra uma das confluências mais
perversas que vivenciamos – a extrema direita de Bolsonaro”.
Também fizeram uso da palavra, ou
tiveram assento na mesa da cerimônia em comemoração aos 56 anos da Apub, a
defensora Mônica Aragão, representando a defensora-geral da Bahia Firmiane
Venâncio; o reitor em exercício da Universidade Federal da Bahia (Ufba),
professor Penildon Silva Filho; a diretora do Fórum de Professores das
Instituições Federais de Ensino Superior (PROIFES), Raquel Nery Gomes Lima; a
assessora de articulação de ensino superior da Secretaria estadual de Educação,
Tânia Benevides; a secretária de finanças da CUT-Bahia, Maria Cristina Brito; a
presidenta do Conselho Estadual de Juventudes da Bahia, Laís Santana; a
coordenadora de políticas sociais e antirracistas da ASSUfba, Rosângela
Santana; o professor Geraldo Sampaio Costa, representando a reitora da
Universidade Federal do Recôncavo Baiano (UFRB), Georgina Gonçalves dos Santos;
a diretora do Campus dos Malês da Unilab, Mirian Reis; e o diretor de políticas
educacionais da UEB, o estudante da Ufba Herbert Coelho. (Agencia Alba).
Foto: Neuza Menezes/Ascom/Agencia Alba