A delegada Renata da Silva Rodrigues, da Polícia Federal, pediu
nesta segunda-feira, 13, o [original do bilhete] redigido pelo presidente da
Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, preso desde 19 de junho na etapa Erga
Omnes, da Operação Lava Jato. O pedido foi encaminhado à defesa de Odebrecht.
Em 24 de junho, a PF informou à Justiça ter interceptado um
bilhete manuscrito do empresário, que seria entregue a seus advogados. O papel,
segundo a PF, continha a expressão [destruir e-mail sondas].
“Intimem-se os defensores de Marcelo Bahia Odebrecht,
pelo meio mais célere, solicitando que apresentem à autoridade policial
signatária, no prazo de 24 horas, o original do bilhete redigido pelo preso
Marcelo e cujo teor foi interceptado no dia 22 de junho de 2015 por agentes
penitenciários da Custódia desta Superintendência Regional de Polícia Federal
no Paraná, onde o preso está custodiado”, determinou a delegada.
Os advogados do empreiteiro afirmam que foram eles que
informaram o juiz federal Sérgio Moro sobre a existência do bilhete na noite de
terça-feira, 23 de junho. No dia seguinte, a informação sobre o manuscrito
também foi comunicada à Justiça Federal pelo delegado Eduardo Mauat da Silva,
que integra a força-tarefa da Lava Jato.
Mauat informou que os advogados de Odebrecht, Dora
Cavalcanti e Rodrigo Sanches Rios, estiveram em seu gabinete – naquela manhã de
22 de junho -, [os quais ponderaram que o verbo [destruir] se referia a uma
estratégia processual e não a supressão de provas, destacando que o documento
original teria sido levado a São Paulo por outro advogado e que iriam
apresentá-lo].
Segundo a PF, uma das provas da Lava Jato que pode
incriminar Marcelo Odebrecht é uma troca de e-mails entre funcionários da
empreiteira. A mensagem eletrônica, de 2011, faz referência à colocação de
sobre preço de US$ 25 mil por dia em contrato de afretamento e operação de
sondas.
A delegada federal Renata da Silva Rodrigues assinalou na
petição para os defensores do empreiteiro. “Conforme já relatado nos
Termos de Depoimento e devidamente retratado por meio de fotocópia, o bilhete
redigido por Marcelo e cujo teor era direcionado a seus defensores veiculava em
um de seus tópicos a frase [destruir e-mails sondas Vs RR], o que sugere
ordem/plano para destruição de provas no bojo de investigação criminal, fato
sob apuração no presente IPL. Após fotocopiado, o bilhete original foi
restituído no mesmo dia e até o presente momento não foi apresentado em sede
policial, muito embora tenha existido solicitação verbal nesse sentido. (AE)