Lula está insatisfeito com primeiro escalão do governo, afirma coluna

O presidente Lula vai fechar o ano descontente com alguns
ministros que, segundo ele, “não geram pautas positivas, não são referências no
debate público em suas áreas e não ajudam no Congresso”. A informação é da
coluna Radar, da revista Veja.

De acordo com a publicação, ao criar 39 pastas para compor a
Esplanada dos Ministérios, Lula imaginou abrir pontos de defesa do governo e de
promoção de ações do seu mandato em diferentes áreas.

Além da dificuldade de articular um discurso único num
governo tão grande – para fazer uma reunião com todo o primeiro escalão é
necessário reservar um dia inteiro -, uma parte dos ministros escolhidos pouco
avançou nos debates públicos em suas funções – principalmente no front das
redes sociais, onde o governo costuma perder batalhas em série para a oposição
bolsonarista.

O colunista diz ainda que, para piorar, a nova realidade
política em Brasília – com um parlamento empoderado por emendas parlamentares
impositivas – tornou o loteamento de ministérios entre partidos políticos uma
ferramenta pouco eficiente para garantir poder sobre a agenda do Congresso.

Quando partilhou seus ministérios entre partidos que
integram a base do governo, o petista imaginava ter uma vida mais tranquila ao
negociar a aprovação de matérias de interesse do Planalto. A realidade, no
entanto, mostrou que os políticos que foram para a esplanada têm influência
limitada nas bancadas partidárias, já que o Congresso se move hoje nos ventos
da polarização política e do velho fisiologismo que sempre ditou interesses nas
discussões de plenário.

Esse conjunto de evidências deve levar o petista a promover
uma reforma no primeiro escalão, com mudanças pontuais para acomodar novas
forças e substituir auxiliares que não entregaram o prometido.

 Foto: Fábio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil