Delação abriu portas para investigação de esquema no Ministério do Planejamento

A Operação Pixuleco II, deflagrada pela Polícia Federal
nesta quinta-feira (13), teve como alvo de busca quatro escritórios de
advocacia, além de outras empresas que recebiam R$ 52 milhões em contratos de
créditos consignados no âmbito do Ministério do Planejamento sem prestar
serviços. De acordo com o delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo,
foram encontrados repasses a um ex-secretário do Ministério do Planejamento.
Alexandre Romano, ex-vereador do PT em Americana (SP), foi preso acusado de ser
o operador de propinas que antecedeu o lobista Milton Pascowitch, delator da
Lava Jato. O depoimento de Pascowitch foi utilizado como base para prender o
ex-ministro José Dirceu e resultou no desdobramento da 17ª fase da Operação
Lava Jato por envolverem o Ministério do Planejamento. Desde a última fase,
havia suspeitas de desvios milionários efetuados por empresas do Grupo Consist
Software nesses contratos. De acordo com as investigações, a Consist foi
escolhida, em um acordo de cooperação firmado entre o ministério e entidades da
área, para gerir o software que faz pagamentos consignados de servidores
federais. Os pagamentos foram registrados de meados de 2010 até agosto de 2015,
período em que o posto de titular da pasta foi ocupado por Paulo Bernardo, Miriam
Belchior e Nelson Barbosa. Porém, não há relação com os ministros comprovada
até o momento, mas foram identificados pagamentos para a viúva de um então
secretário de Recursos Humanos do Ministério. Mais de 20 deste valor foi
repassado, entre os anos de 2011 e 2014, à empresa de Jamp Engenheiros, do
operador Milton Pascowitch, e posteriormente destinados a João Vaccari Neto,
que então ocupava o cargo de tesoureiro do PT. (Bahia Noticias)

Delegado da
PF Márcio Anselmo | Foto: Reprodução / G1