A presidente Dilma Rousseff deflagrou nesta segunda-feira a
reforma administrativa de seu governo, anunciando a decisão de cortar dez
ministérios, sem especificar quais, além de reduzir cerca de 1 mil dos 22,5 mil
cargos comissionados e extinguir secretarias ministeriais que se sobreponham,
entre outras propostas.
Em entrevista ao [Estado de São Paulo e aos jornais [O Globo]e
[Folha de S.Paulo], no Palácio do Planalto, a convite da própria presidente,
Dilma justificou na tarde de ontem a decisão – proposta por seus adversários e
criticada por ela durante a campanha – como parte dos movimentos para melhorar
a gestão do País. [Vamos passar os ministérios a limpo], disse ela.
Na entrevista, Dilma reconheceu que o governo demorou a
perceber a gravidade da situação econômica, especialmente no exterior, e que,
nesse processo, [levou muitos sustos], citando a queda dos preços
internacionais do petróleo e das commodities. E avisou que não é possível
evitar as discussões sobre reforma para racionalizar a Previdência Social. [Nós
não queremos a Grécia. Queremos?]
Em dificuldade na relação com sua base de apoio no
Congresso, Dilma elogiou o vice-presidente Michel Temer, que vai diminuir sua
participação na articulação política. [Ele tem sido de extrema lealdade comigo.
E o resultado da primeira fase de sua articulação foi um sucesso], afirmou.
Dilma também manifestou preocupação com o desemprego a
inflação, mas ressaltou que a alta dos preços está em [trajetória de queda]. [Todo
nosso esforço, junto com o reequilíbrio das contas públicas, foi sinalizar que
o País não estava parado, dando incentivos ao investimento], afirmou.
Ao comentar os casos de corrupção no governo, a presidente
disse ter sido [surpreendida] ao saber que pessoas ligadas ao PT estavam
envolvidas em irregularidades na Petrobras. [Lamento profundamente. Sou a favor
de uma coisa que Márcio Thomaz Bastos (advogado e ex-ministro morto em 2014)
dizia. Não espere que sejam as pessoas a fonte da virtude. Tem que ser as
instituições. Elas é que precisam ter mecanismos de controle. Quem pode colocar
luz sobre um processo de corrupção é a maturidade institucional do País].(AE)
FOTO: WILSON DIAS/ABR