Dirceu se recusa a responder questionamentos da CPI da Petrobras

O ex-ministro José Dirceu, preso em Curitiba no âmbito da
Operação Lava Jato, se recusou a responder, na manhã desta segunda-feira (31),
os questionamentos dos deputados da CPI da Petrobras, que estão na capital
paranaense para colher depoimentos de 13 pessoas detidas nessa operação, sob
suspeita de participação em esquema de corrupção na Petrobrás.

A todos os questionamentos dos parlamentares, Dirceu usou a
mesma declaração: [Seguindo orientação do meu advogado, permanecerei em
silêncio.]

O deputado Bruno Covas (PSDB-SP), um dos parlamentares da
comissão, chegou a dizer que seria interessante o ex-chefe da Casa Civil do
governo Lula dizer como obteve tantos recursos, segundo as investigações, de
forma ilícita, mas Dirceu manteve o silêncio. Além de Dirceu, a CPI pretende
ouvir nesta segunda-feira Jorge Zelada, ex-diretor da área Internacional da
Petrobras, e três empresários.

Dois são executivos da empreiteira Andrade Gutierrez: Otávio
Marques de Azevedo e Elton Negrão de Azevedo. O terceiro é João Antonio Bernardi
Filho, representante no Brasil da empresa italiana Saipem. Nesta terça-feira
(1), a CPI pretende ouvir seis pessoas: cinco executivos da construtora
Odebrecht e um ex-funcionário da Petrobrás.

O relator da comissão, deputado Luiz Sérgio (PT-RJ), disse
que a logística para os depoentes se deslocarem a Brasília é complicada, porque
requer policiamento e aviões, e por isso a CPI decidiu que é mais prático se
deslocar até o Paraná. A previsão é que membros da comissão fiquem em Curitiba
até quinta-feira (3) tentando colher os depoimentos dos presos na Lava Jato. Os
depoimentos estão sendo realizados no Foro da Seção Judiciária do Paraná.
(Estadão)

(Crédito: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo)