As investigações da Operação Lava Jato indicam que o ex-ministro
da Casa Civil do governo Lula José Dirceu
recebeu R$ 11,8 milhões em propinas do esquema de corrupção na
Petrobras. Esse é o valor comprovado, segundo a PF, mas os investigadores
estimam que Dirceu pode ter embolsado outros R$ 7 milhões provenientes de
contratos firmados em sua área de influência na petroleira.
Relatórios de investigação da PF apontam, ainda, que o
esquema de corrupção atribuído a Dirceu, que chefiou a Casa Civil no primeiro
mandato de Lula, movimentou mais de R$ 59 milhões propinas. A PF estima que o
valor pode ultrapassar os R$ 84 milhões.
O petista recebeu mais do que o ex-diretor da Petrobras
Renato Duque que, segundo as investigações, foi destinatário de R$ 7,6 milhões
em propina enquanto esteve na Diretoria de Serviços, em valores já confirmados.
Nesta terça-feira, 1, o ex-ministro, o ex-tesoureiro do PT
João Vaccari Neto, o ex-diretor da Petrobrás Renato Duque e mais 12
investigados foram indiciados criminalmente pela Polícia Federal no inquérito
da Operação Pixuleco – desdobramento da Lava Jato.
Dirceu é acusado de formação de quadrilha, falsidade
ideológica, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
A defesa do ex-ministro José Dirceu informou que está [analisando
a denúncia] apresentada pela Polícia Federal e que se [manifestará
oportunamente].
O advogado Luiz Flávio Borges D?Urso, que defende João
Vaccari Neto, disse que ainda não teve acesso ao relatório da Polícia Federal,
mas rechaçou o indiciamento do ex-tesoureiro do PT. [Eu não tive acesso aos
elementos que fundamentam essa decisão de indiciamento. Mas, tendo as
imputações que se identificam não há nada de diferente do que já temos
conhecimento.]
D?Urso sustenta que as acusações a Vaccari são baseadas apenas
no relato de delatores que fizeram acordo com a força-tarefa da Operação Lava
Jato, em troca de redução de pena ou mesmo do perdão judicial.
[São imputações, na sua totalidade, baseadas em delações
premiadas marcadas pela ausência de provas para corroborar as informações nelas
contidas. Todas as investigações são baseadas nessas delações, inclusive o
próprio processo (que Vaccari já responde por corrupção e lavagem de dinheiro),
cuja instrução já se encerrou e se aguarda a sentença], destacou DUrso. [O sr.
Vaccari nunca arrecadou propinas em momento algum. Jamais ele se prestou a
arrecadar qualquer recurso de origem ilícita. Sua atuação, enquanto tesoureiro,
era de solicitar doações ao Partido dos Trabalhadores, doações legais, todas
depositadas em conta bancária, com respectivos recibos. As contas foram prestadas
às autoridades competentes.]. Diário do Poder
FOTO: ED FERREIRA/AE