UTC não se construiu sobre atos ilícitos, diz Ricardo Pessoa

O dono da UTC, Ricardo Pessoa, realizou nesta terça-feira
(15) uma apresentação sobre a história da empreiteira, em depoimento à CPI da
Petrobras na Câmara dos Deputados. A defesa do empresário, delator da Operação
Lava Jato, havia pedido para que a participação dele ocorresse em sessão
fechada, mas o presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito, deputado Hugo
Motta (PMDB-PB), optou por manter a audiência pública. O executivo citou que a
UTC faz parte do consórcio da linha 6 do Metrô de São Paulo e do consórcio que
administra o Aeroporto de Viracopos. [Muitas notícias tratam a UTC como uma
empresa desconhecida, como se tivéssemos surgido de uma hora para outra. Isso é
falta de informação. Estamos há 40 anos no setor de petróleo e gás, presente em
dez das 11 refinarias do Brasil], afirmou. [A UTC não se construiu sobre atos
ilícitos. As pessoas que trabalham na UTC são honestas e não têm responsabilidade
sobre meus atos], completou. Pessoa disse que colaborou espontaneamente com as
autoridades na delação premiada no âmbito da Operação Lava Jato e disse não
querer protagonizar [um papel de herói]. O empresário alegou que [aceitou o
jogo] por receito de que empresa ficasse de fora dos contratos da Petrobras. [Os
números apresentados pelos investigadores mostram a dimensão que o esquema (de
corrupção) na Petrobras alcançou], disse. [O medo iguala a vítima ao algoz],
completou. O empresário voltou a admitir que escolheu [o caminho errado]. [O
problema não é a Petrobras, o problema são as pessoas. Esse episódio é uma
distorção que envergonha a todos e a mim em particular], alegou. Ainda assim,
Pessoa adiantou que se manterá em silêncio durante toda a sessão da CPI. [Se eu
falar sobre temas sigilosos, coloco em risco a minha delação. Por isso, todas
as perguntas, adotarei o silêncio que a Constituição me assegura], completou.
Mesmo diante da possibilidade, levantada pelo presidente da CPI, de transformar
a sessão em uma reunião fechada, o empresário manteve a intenção de permanecer
calado.

Eduardo Rodrigues | Estadão Conteúdo

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