A frase
do momento é [Crise Política]. Que significa? [É a situação de um governo que se defronta com
sérias dificuldades para se manter no poder]. A crise política alcançou em cheio não só os
políticos, os empresários e por fim a população brasileira.
Os
municípios brasileiros vivem momentos difíceis, comprometidos até a alma, com
folhas de pagamento, débitos com fornecedores e prestadores de serviços. Da
forma que estão (municípios), como vão honrar os pagamentos e o 13º salário. O
município de Lauro de Freitas na região metropolitana de Salvador, o prefeito
Marcio Paiva (PP), promete cortar o próprio salário em 30 , ajustar as contas
que pode provocar a demissão de 20 a 30 de cargos comissionados. O município
já perdeu do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), 33 do repasse, em
2014 o valor foi de R$ 3,35 bilhões, em 2015, só foi repassado R$ 2,25 bilhões.
Os
funcionários de carreira não devem sofrer perdas nos salários, mas nas
gratificações pode haver ajustes (diminuição). O executivo vai encaminhar um Projeto
de Lei (PL) para a Câmara de Vereadores até o dia 20 de setembro, com a
finalidade de enxugar a folha de pagamento. Sendo aprovado o (PL) a redução
salarial pode acontecer na folha do mês de outubro.
E no país?
A crise
política se arrasta. Por enquanto tudo é conversação entre os interlocutores
políticos, reunião, jantares nos palácios, nas casas de ministros, nas mansões de
congressistas, de resultado positivo nada apresentado. A queda de braço entre
os poderes é grande, a linguagem não é homogênea, o ministro da Fazenda Joaquim
Levi discorda de seu colega do Planejamento Nelson Barbosa, a presidenta Dilma
Rousseff, não comunga com as informações apresentadas por seus assessores
diretos da área econômica, daí então o tempo passa, já temos nove meses do
segundo governo Rousseff.
Nesse
embate, Dilma recorre ao presidente do Senado, senador Renan Calheiros (PMDB),
em busca de alternativas para tentar amenizar a situação política e econômica
do país. A opção apresentada até agora é a linguagem [vamos aumentar], impostos, cobrança da Cide, ressuscitar o imposto
do cheque (CPMF) com outro nome, quem tem dinheiro fora do país pagar imposto,
tudo isso para corrigir um erro do próprio governo que enviou um orçamento negativo
para o Congresso Nacional, com um rombo de mais de R$ 30 bilhões.
O
governo tenta buscar um superávit, mas tudo isso é hipotético, são previsões,
não são realizáveis dentro da escrituração contábil. Se todo esse desenho não
alcançar a cifra, qual a desculpa que vai ser apresentada? Os projetos sociais
existentes foram garantidos na campanha eleitoral, a presidenta Dilma afiançou
que daria continuidade e o programa Minha Casa, Minha Vida teria um crescimento
maior.
O que
se ouve dos interlocutores: Temos que cortar na própria
carne. Ora está se cortando na própria
carne? O que se vê em Brasília é luxo, é um luxo só. Os prédios onde sediam os
Tribunais, os Ministérios, as mansões e órgãos do governo federal e do Distrito
Federal, surpreende a quem chega à Brasília a cada seis meses. Pergunta-se o
que Brasilia-DF produz para manter esse luxo? Ora, quem mais produz fica na
ponta (Municípios) e recebe nanicas fatias chamadas de FPM, os governos
estaduais, não produzem nada, mas participam do bolo.
Esses
tríplices poderes União, Estado e Municípios, cada um com seu domínio, vai
construindo seu relacionamento com dificuldades ou não, e a municipalidade paga
a conta. Os gestores municipais precisam entender que, o município produz para
as duas esferas de governo estadual e federal e fica a municipalidade a mercê
de um simples repasse de verba (FPM) de tudo que ele produz.
Chegamos
ao ponto de perder o selo de [BOM PAGADOR] quinta-feira (10), segundo analistas da Standard
& Poors (S&P). Isso significa a combinação de melhora do ambiente
político e medidas para que a economia volte a crescer, que eles chamaram de
[questões desafiadoras]. Para se recuperar alguém tem que pagar o preço e esse
alguém é você contribuinte.
Além
disso, outras empresas financeiras foram rebaixadas, Banco Safra, Banco
Bradesco, Banco Citibank, Itau Unibanco Holding, Itau Unibanco, Banco Santander
(Brasil), Banco do Nordeste do Brasil, Banco do Brasil, Banco de
Desenvolvimento de Minas Gerais, Caixa Econômica Federal, Banco Nacional de
Desenvolvimento Social (BNDES). É preciso os governantes deixar o orgulho ou a
vaidade de lado, pensar na real situação política e econômica que vive o país e
apresentar ao Brasil, um projeto de sustentabilidade política e econômica para
que os contribuintes (brasileiros) deem mais um voto de confiança ao atual
governo. (Itamar Ribeiro)