DÉFICIT NO ORÇAMENTO DESTE ANO É DE R$ 51,8 BILHÕES

O déficit primário previsto para este ano será de R$ 51,8
bilhões sem contar com as chamadas pedaladas fiscais, segundo o relator do
projeto de lei que altera a meta do superávit do Orçamento da União 2015,
deputado Hugo Leal (PROS-RJ). De acordo com o relator, este número equivale a
mais ou menos 0,8 do Produto Interno Bruto (PIB). A meta já foi alterada em
julho pelo governo e passou de 1,1 do PIB para 0,15 do PIB antes desta nova
mudança.

Para que não tenha as contas novamente rejeitas pelo
Tribunal de Contas da União, o governo encaminhará ao Congresso uma cláusula
que propõe o pagamento de todas as despesas futuras. ?O déficit para 2015 é em
torno de R$ 51,8 bilhões, esta é a meta levando em consideração a frustração
das receitas e a queda da arrecadação. A questão das pedaladas serão previstas
no projeto que o governo está encaminhando”, ressaltou Leal ao deixar o
gabinete do ministro do Planejamento, Nelson Barbosa.

O governo decidiu não aumentar o abatimento com o
Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), como era permitido em governo
anteriores, informou o deputado. Caso haja frustração com o leilão das
hidrelétricas, que foi adiado para novembro, o governo poderá abater essas
receitas, estimadas em R$ 11 bilhões. “O que tem previsão de entrada é o
leilão das elétricas”, afirmou. Nesta terça, no entanto, o governo
anunciou o adiamento do leilão de hidrelétricas previsto anteriormente para 6
de novembro. O novo certame deve ocorrer até o fim de novembro.

 

Ainda de acordo com Leal, em 2015 o governo vem pagando
as dívidas com os bancos públicos. “O conceito desse pagamento com os
entes públicos já está sendo feito em 2015, não há novidade. O que será feito é
a avaliação desses valores e a meta pode ser modificada”, disse.

A intenção do deputado é votar amanhã este projeto que
altera a Lei de Diretrizes Orçamentárias para 2015. “Esta é a minha
intenção”, disse. Segundo ele, o número é compatível com o que vinha sendo
conversado com o Congresso.

Na opinião do deputado, a revisão da meta não traz
desgaste para o governo. “Desgaste é você trabalhar com ficção. Trabalhar
com realidade é isso, você tem que trabalhar com números”, afirmou.

O parlamentar se reúne ainda nesta tarde com a presidente
da Comissão Mista do Orçamento (CMO), senadora Rose de Freitas (PMDB-ES), para
dar encaminhamento à proposta. A ideia de Barros é que o texto já seja votado
amanhã no plenário da Câmara. (AE)

Foto Antonio Cruz ABr