O banqueiro André Esteves, dono do BTG Pactual, deixou a
sede da Superintendência da Polícia Federal no Rio de Janeiro por volta das
22h20 desta quinta-feira (26). De lá, ele seguiu para o Instituto Médico Legal,
onde faria exame de corpo de delito antes de ser levado para o presídio Ary
Franco, em Água Santa, na Zona Norte da cidade.
Conforme mostrou a Globo News, Esteves saiu da
Superintendência em um carro da PF, que foi acompanhado por um combonho até o
IML, na Zona Portuária. Ele permaneceu no local por cerca de dez minutos, antes
de retomar o trajeto até o presídio. Ele chegou à unidade prisional às 23h.
O banqueiro foi preso nesta quarta, por ordem do Supremo
Tribunal Federal (STF), suspeito de tentar atrapalhar as investigações da
Operação Lava Jato.
Nesta quinta, o ministro Teori Zavascki, do STF, negouum
pedido apresentado pela defesa do banqueiro para revogar sua prisão temporária
e autorizou a transferência dele da Superintendência da PF para uma unidade
prisional.
Em ofício ao STF, a PF do Rio informou que não teria
condições de manter o banqueiro preso na carceragem e sugeriu transferência
para o presídio Ary Franco.
Como está em prisão temporária, André Esteves, que já foi o
13º mais rico do Brasil, deve ficar encarcerado até o próximo domingo (29),
quando termina o prazo de 5 dias para esse tipo de detenção.
Esteves foi citado em conversas do senador Delcídio Amaral
(PT-MS), também preso, como interessado em evitar uma delação premiada do
ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, ou ao menos retirar suspeitas
relacionadas ao banco de seu conteúdo.
No pedido para revogar a prisão, a defesa de Esteves alegou
que não se justifica mantê-lo preso porque a decisão se baseia exclusivamente
em conversas nas quais diversas outras autoridades também foram mencionadas,
sem que tenha se suspeitado delas.
Os advogados do banqueiro admitem que ele conhece Delcídio e
outros parlamentares, mas afirmou que ele nunca falou com o chefe de gabinete
do senador nem com o advogado de Nestor Cerveró, também presos pela PF.
Além de Esteves, também foram presos nesta quarta o senador
Delcídio Amaral (PT-MS) e o chefe de gabinete dele, Diogo Ferreira. (G.1)
(Foto: Nacho Doce/Reuters)