A defesa do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), pediu ao Supremo Tribunal Federal (STF) que paralise as
investigações da Operação Lava Jato que o envolvem no petróleo até que ele
deixe o comando da Casa, em fevereiro de 2017.
Os advogados de Cunha argumentam que, assim como o
presidente da República, o presidente da Câmara ? por ser o terceiro na linha
sucessória ? não pode ser “responsabilizado” por atos estranhos ao
exercício das suas funções, isto é, por atribuições de seu mandato de deputado
ou do cargo de presidente da Câmara.
O pedido de 107 páginas foi protocolado no dia 18 de
dezembro no primeiro inquérito contra o deputado ? que corre em segredo de
Justiça ?, aberto em março e que já resultou numa denúncia da Procuradoria
Geral da República (PGR), que acusa o peemedebista de corrupção e lavagem de
dinheiro. Segundo a acusação, ele teria recebido US$ 5 milhões desviados de
contrato da Petrobras com a Samsung Heavy Industries.
Além dessa investigação, Cunha também é alvo de um segundo
inquérito sobre contas na Suíça em seu nome, de sua mulher e de uma filha.
Ainda no final do ano passado, a defesa do peemedebista apresentou outro pedido
no STF para evitar que ele seja afastado do cargo por conta dessa investigação.
No entanto, a PGR pediu ao STF o afastamento do parlamentar
sob o argumento de que Cunha usa de seu poder para atrapalhar as investigações.
(Diário do Poder)
(FOTO: LULA MARQUES/AG. PT)