Cinco presos na 23ª fase da Operação Lava Jato fizeram exame
de corpo de delito no Instituto Médico-Legal (IML), em Curitiba, por volta das
15h desta terça-feira (23). O procedimento é de praxe depois da prisão. Após o
exame, Vinícius Veiga Borin, Benedito Barbosa, Zwi Skornicki, João Santana e
Mônica Moura voltaram à carceragem.
O casal João Santana e Mônica se entregou à Polícia Federal
(PF) nesta terça-feira. Eles estavam na República Dominicana trabalhando em uma
campanha eleitoral. Conforme o G1 antecipou, ele se apresentou sem celular e
sem notebook, apesar de estar voltando de uma viagem de trabalho na República
Dominicana, onde fazia campanha política junto com a mulher e sócia, Monica
Moura
Já Borin, preso em São Paulo,Barbosa e Skornicki, detidos no
Rio de Janeiro, chegaram à Superintendência da PF na noite de segunda-feira
(22).
Essa etapa da Lava Jato, deflagrada na segunda-feira (22), é
chamada de [Acarajé], termo que os suspeitos usavam para se referir ao dinheiro
irregular. A PF suspeita que os recursos tenham origem no esquema de corrupção
na Petrobras investigado na Operação Lava Jato.
Uma das principais linhas de investigação são os repasses
feitos pela empreiteira Odebrecht, um dos alvos da Lava Jato, ao marqueteiro
João Santana.
Segundo relatório da PF, João e a esposa ocultaram das
autoridades os recursos recebidos no exterior porque tinham conhecimento da
[origem espúria] deles.
Esse dinheiro foi escondido, conforme o relatório, mediante
fraudes e [com a finalidade exclusiva de esconder a origem criminosa dos
valores, que, como se viu, provinham da corrupção instituída e enraizada na
Petrobras].
A suspeita é de que, usando uma conta secreta no exterior, o
publicitário teria recebido dinheiro da Odebrecht e do engenheiro Zwi
Skornicki, representante oficial no Brasil do estaleiro Keppel Fels, segundo o
Ministério Público Federal (MPF). De acordo com as investigações, Santana
recebeu US$ 7,5 milhões em contas no exterior.
Desse total, US$ 3 milhões teriam sido pagos de offshores
ligadas à Odebrecht , entre 2012 e 2013, e US$ 4,5 milhões do engenheiro Zwi
Skornicki, entre 2013 e 2014. O engenheiro também foi preso na 23ª fase. Ele é
apontado como operador do esquema. (Bahia Já)