Em depoimento ao Ministério Público Federal (MPF), o senador
Delcídio do Amaral (PT-MS), preso na Operação Lava Jato, revela que o
ex-presidente Lula foi o mentor da conversa em que ele oferece propina mensal e
uma rota de fuga de Nestor Cerveró do País. Lula, inclusive, marcou a conversa
de Delcídio com Bernardo Cerveró, filho do ex-diretor, que gravou o encontro. A
confissão de Delcídio é revelado em reportagem da revista IstoÉ que sai às
bancas nesta quinta-feira (3).
Ele contou também que a presidente Dilma Rousseff tentou
interferir na Operação Lava Jato, inclusive nomeando ministros no Supremo
Tribunal Federal que se comprometiam em ajudar o governo e acusados nas
investigações, incluindo dirigentes de empreiteiras acusadas de participar do
esquema.
Em suas declarações à força-tarefa da Lava Jato, Delcídio
cotou que Dilma Rousseff sabia de tudo sobre as negociações para a compra
superfaturada da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos. Avaliada pouco
antes em US$ 42,5 milhões, a refinaria foi comprada pela Petrobras por US$ 1,3
bilhão. O senador estaria entre os beneficiados com o recebimento de propina em
relação à negociata.
O depoimento de Delcídio faz parte do acordo de delação
premiada, revelado em primeira mão pelo Diário do Poder e negado pelo advogado
do senador. A conversa foi gravada por Bernardo Cerveró em um hotel de
Brasília, e motivou a prisão do então Líder do Governo no Senado.
Delcídio do Amaral vinha mantendo conversas frequentes com o
ex-presidente Lula, antes de ser preso. Ambos tinham um jantar marcado para o
dia seguinte à operação em que a Polícia Federal cumpriu ordem do ministro
Teori Zavascki para prendê-lo em flagrante. (Diário do Poder)
Foto: Dida Sampaio AE