No dia em que a Polícia Federal deflagrou a 24ª fase da
Operação Lava, cujo principal alvo é o ex-presidente Lula, a presidente Dilma
Rousseff saiu para pedalar às 6 da manhã, com faz habitualmente. Retornou ao
Palácio da Alvorada pouco antes das 7 horas da manhã.
Dilma acabou de deixar o Alvorada em direção ao Palácio do
Planalto, embora sua primeira agenda do dia esteja marcada apenas para as 10
horas. O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner já está no Planalto e deve se
reunir agora com Dilma. Desde cedo, as autoridades do governo estão a postos
com a notícia de buscas em endereços e do mandado de condução coercitiva do
ex-presidente.
Essa decisão da Polícia Federal, embora já viesse sendo
desenhado há muitos dias, de certa forma surpreendeu o núcleo político do
governo pelo fato de incluir a coerção da Lula para depoimento de esclarecimentos.
Com certeza, o fato vai tomar conta de todas as discussões
políticas do governo e, de acordo, com um assessor palaciano é mais um
ingrediente para elevar ainda mais a temperatura política, que já estava em
alto grau ontem com a notícia da delação premiada do senador Delcídio Amaral
(PT-MS).
O Planalto terminou o dia de ontem com a avaliação de que o
ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), José Eduardo Cardozo tinha feita
uma defesa enfática e bem-sucedida do governo no caso de Delcídio, mas reconheciam
os estragos provocados contra o governo.
O governo sabe que todos esses elementos podem contribuir
para reacender o debate do impeachment e a manifestação popular marcada para o
dia 13 de março está sendo vista como um momento decisivo para delinear o rumo
desse processo. (Diário do Poder).
FOTO: AE