TEMER DIZ QUE BRASIL VIVE CRISE QUE DEMANDA NOVAS PROVIDÊŠNCIAS DO POVO

Em meio à 24ª fase da Operação Lava Jato, que cumpriu
mandado de condução coercitiva contra o ex-presidente Lula, o vice-presidente
Michel Temer afirmou nesta sexta (4) que o Brasil vive mais um período de
crise, que, como em outras situações da história do País, demanda [novas providências
do povo brasileiro]. A declaração foi feita durante participação do
peemedebistas no 106º Encontro do Conselho de Tribunais de Justiça, em Campo
Grande (MS).

Segundo áudio da fala de Temer obtido pelo Broadcast
Político, serviço de notícias em tempo real da Agência Estado, o vice-presidente
afirmou que, no Brasil, o Poder Executivo tem historicamente uma “vocação
centralizadora muito forte” e que essa característica ficou evidente em
vários períodos entre 1930 e 1991. Segundo Temer, essa vocação foi, inclusive,
uma das responsáveis por desencadear o Golpe de 1964, que levou o País
novamente a uma concentração de poder que seguiu até a Constituição de 1988.

[Interessante. Estou dizendo isso apenas para fixar um
aspecto temporal. O senhores percebem que, a cada 25, 30 anos, há um refluxo,
quase um fatalismo histórico, um fluxo e refluxo institucional, começam a
aparecer crises que demandam novas providências do povo brasileiro], afirmou o
vice-presidente da República, primeiro da linha sucessória caso a presidente
Dilma Rousseff seja impedida de continuar no cargo.

De acordo com Temer, atualmente o Brasil vive um desses
momentos. [E mesmo que hoje, estamos aqui, estou dizendo que temos problemas
hoje políticos, econômicos, etc., que podem gerar a ideia de uma crise
institucional, o que é ruim para todos nós, porque você não consegue romper
esse ciclo histórico. Ou seja, a cada 25, 30 anos você tem que mudar as
instituições], disse.

O peemedebista afirmou que, nessa cultura de centralização
do Executivo, o Judiciário é o responsável por dar estabilidade e harmonia ao
sistema político. [Por isso, o poder Judiciário, se diz, tem que ter uma
tranquilidade absoluta, uma moderação, um equilíbrio, que tem sido a marca,
aliás, dos judiciários de todo o País e das cortes superiores], afirmou. Segundo
ele, o Legislativo não tem como dar essa estabilidade e harmonia, pois é um
poder em que há muitos conflitos.

Candidatura própria

Após o evento, Temer participou, ainda em Campo Grande, de
ato de campanha à sua reeleição para presidente do PMDB. No evento da sigla,
ele reafirmou a defesa de candidatura própria do partido à Presidência em 2018
e não fez comentários diretos sobre a Lava Jato. Segundo apurou o Broadcast
Político, o vice-presidente se manterá reservado, esperando o desenrolar dos
fatos. Por isso, cancelou sua agenda pública após os eventos em Campo Grande e
seguiu para São Paulo. (AE)