CONVENLJÃO À‰ PONTO DE PARTIDA DO DESEMBARQUE DO PMDB DO GOVERNO

A convenção nacional de hoje será o ponto de partida do
desembarque do PMDB do governo da presidente Dilma Rousseff, avaliam líderes da
legenda. A cúpula da legenda decidiu que o processo de abandono deve durar um
mês, até que o diretório nacional do partido se reúna para sacramentar o
rompimento.

[Não vai ser definido amanhã (hoje) porque não está pautado.
Vamos dar um passo adiante porque vamos submeter ao plenário uma proposta para
decidir em 30 dias], afirmou Eliseu Padilha, ex-ministro do governo Dilma e um
dos principais articuladores do PMDB.

A decisão de estabelecer esta espécie de [aviso prévio para
o governo] envolveu uma série de reuniões com o vice-presidente da República,
Michel Temer (SP), os presidentes do Senado, Renan Calheiros (AL), e da Câmara,
Eduardo Cunha (RJ), além do ex-presidente da República José Sarney (AP) – que
deverá ser escolhido presidente de honra do partido.

Além de não estar na pauta oficial, peemedebistas dizem
querer evitar o desgaste de anunciar o desembarque e, na próxima semana receber
mais um ministério: a Secretaria de Aviação Civil, prometida à bancada de Minas
Gerais em troca de apoio à recondução de Leonardo Picciani (RJ) à liderança do
partido na Câmara.

Os peemedebistas querem também ter a garantia de que o
[divórcio] será aprovado, apesar de acreditarem que terão apoio da maioria do
diretório nacional. O PMDB tem atualmente, além da Vice-Presidência, seis
ministérios – Saúde, Ciência e Tecnologia Minas e Energia, Agricultura, Turismo
e Portos. Se o desembarque se confirmar, os ministros serão orientados a deixar
as respectivas pastas.

A ala oposicionista acredita que os focos de resistência
serão pontuais, pois a maioria aceitará abrir mão do cargo tendo em vista a
perspectiva de que Temer assuma a Presidência, caso Dilma seja derrotada no
processo de impeachment no Congresso. Ao longo dos próximos 30 dias, a
orientação é não intervir no processo de decomposição do governo. Os
parlamentares deverão ser oficialmente liberados para não votar de acordo com
os interesses do Planalto. (AE)

Foto: Marcelo Camargo AB