WAGNER: MORO TRALJOU PLANO DE CRIMINALIZALJÃO DA POL͍TICA E FOI O REI DOS PROTESTOS

O ministro-chefe da Casa Civil, Jaques Wagner, afirmou nesta
segunda-feira, 14, que a figura pública mais celebrada nas manifestações deste
domingo contra o governo foi o juiz federal Sérgio Moro, a quem acusou de [traçar
um plano de criminalização da política]. [O rei da festa foi o Moro], disse
Wagner, depois de participar nesta manhã da reunião com a presidente Dilma e
outros ministros da coordenação política do governo que avaliou o impacto dos
protestos e as estratégias diante da onda de manifestações. 

[Há o reconhecimento de que a manifestação foi vigorosa, e
há o reconhecimento que das últimas foi a mais produzida, com envolvimento de
federações e empresas], afirmou, destacando que isso [não tira o valor] dos
protestos.

Para o ministro, [o bom ou mau humor] da rua tem a ver com o
bom ou mau humor da economia, e apesar de dizer que o governo não tem solução
mágica para a crise, salientou que [o impeachment não é remédio nem para crise
econômica nem impopularidade].

O ministro rechaçou ainda a comparação com os protestos que
pediam as Diretas Já e disse que essa análise [é absolutamente indevida] e que
era outro momento. [Nas diretas ninguém patrocinou], disse. [São naturezas diferentes,
numericamente não sei, mas do ponto de vista motivacional é totalmente
diferente.]

Na maior manifestação da história do País, milhões de
brasileiros foram às ruas neste domingo, 13, em pelo menos 239 cidades nas
cinco regiões, pedir a saída da presidente Dilma. De acordo com institutos de
pesquisa, Polícia Militar e historiadores consultados pela reportagem, os atos
públicos de ontem superaram em adesão as manifestações das Diretas-Já
(movimento pelo fim da ditadura entre 1983 1984) e do movimento conhecido como
Junho de 2013 (série de protestos desencadeada pelo aumento do preço das
passagens do transporte público).

Wagner destacou que há um claro foco de insatisfação com o
governo e insistiu que o perfil dos que foram protestar era [claramente oposicionistas]
e provavelmente eleitores do senador tucano, Aécio Neves (PSDB-MG), derrotado
por Dilma nas eleições.

Apesar disso, o ministro salientou que os protestos
mostraram a negação da política, até porque [os parlamentares da oposição não
tiveram beneplácito]. [Quem achou que ia faturar, não faturou], afirmou. 

Para o ministro, os atos de domingo dão mais
responsabilidade para quem está no comando das instituições e aumentam a
preocupação no sentido de que eles não apontam uma solução e, às vezes, partem
para um ataque pessoal. [Mesma pressão que a rua faz contra corrupção tem que
fazer pela reforma política. Essa era a bandeira que deveria ser levantada,
senão não muda nada], afirmou. (AE)

Foto: José Cruz abr (2)