O destino mais provável do ex-presidente Lula é a Casa
Civil. Esta discussão foi iniciada no jantar de ontem, no Palácio da Alvorada,
que demorou mais de quatro horas, e deve ser concluída em café da manhã nesta
quarta-feira. Inicialmente, o destino de Lula seria a Secretaria de Governo,
hoje ocupada pelo ministro Ricardo Berzoini.
Com a mudança na Casa Civil, Dilma precisará definir o
destino de Jacques Wagner, que ela pretende manter próximo a ela, com gabinete
no Palácio do Planalto. Estas pendências é que impediram de ser batido o
martelo na noite de ontem.
Segundo pessoas que conversaram com os participantes do
jantar, ontem, Lula chegou a Brasília ainda resistindo à ideia de ocupar um
cargo no governo. O argumento que teria pesado foi a oferta de Jacques Wagner
para que ele ocupasse a Casa Civil, por ser o segundo cargo mais importante do
governo.
O argumento dado a ele, além da conquista da prerrogativa de
foro, era o de que o governo Dilma vai enfrentar uma dura batalha nos próximos
60 dias – o processo de impeachment que deve ser instalado tão logo o STF decida
o rito de tramitação. Um dos presentes perguntou a ele: [Temos um campeonato em
que não tem empate. Sua ideia é jogar no nosso time ou ficar dando palpite de
fora do campo?].
Lula, segundo seus interlocutores, demonstra irritação
quando se fala que ao se tornar ministro ele escapa da alçada do juiz Sérgio
Moro. [E quem vai proteger minha familia?], questiona ele quando trata do
assunto. (Cristiana Lobo ? G.1-BSB)
Foto: Ricardo Stuckert