A ministra Cármen Lúcia, relatora da Operação Zelotes,
decidiu abrir um inquérito para investigar a suspeita de envolvimento do
presidente do Senado, Renan Calheiros, e do senador Romero Jucá, ambos do PMDB,
com um esquema de venda de emendas a medidas provisórias. A informação foi publicada
pelo jornal [O Globo] neste sábado (30) e confirmada pela TV Globo.
Segundo o jornal, as investigações tiveram como ponto de
partida um diário apreendido com um dos investigados na Zelotes, João Batista
Gruginski, em que ele registra um encontro com outro investigado: Alexandre
Paes dos Santos.
Em depoimento, Gruginski disse que, nesse encontro, ouviu de
Alexandre Paes dos Santos que existia uma negociação de R$ 45 milhões em
propina para senadores favoráveis aos interesses de montadoras de veículos em
uma medida provisória.Esses senadores seriam Renan Calheiros, Romero Jucá e Gim
Argello, ex-senador do PTB, que foi preso este mês em outra operação, a Lava
Jato. O nome de Jucá é dado como certo para comandar o Ministério do
Planejamento em um possível governo do vice presidente Michel Temer.
A Polícia Federal também encontrou, em um bloco de anotações
de Alexandre Paes dos Santos, as iniciais dos nomes dos senadores, ao lado de
valores.
No depoimento, Alexandre Paes dos Santos disse que os
comentários que fez seriam apenas boatos que ouviu e negou o pagamento de
propina aos senadores. Mas os investigadores acharam que era necessário
aprofundar a investigação. Renan e Jucá podem ser chamados a prestar
depoimento.
A assessoria de Renan Calheiros afirmou que o presidente do
Senado não conhece o autor da denúncia e que o próprio Alexandre Paes dos
Santos afirmou se tratar de um boato que ouviu no mercado. G.1 com informações
do Jornal Hoje.