Em média 20 horas de falácia dos senadores
inscritos na sessão de quarta-feira (11), dia da votação do relatório do
impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT). Os setenta e um, senadores inscritos
usaram o púlpito do plenário e fizeram seus discursos e ao final dava o seu
voto. Quem assistiu à sessão foi contabilizando voto a voto. Dos oradores, dois
parlamentares chamaram atenção em suas falas, os senadores Fernando Collor e
Aécio Neves, seus pares ficaram atentos ao pronunciamento de cada um.
A sessão foi longa e exausta para os
parlamentares, e para quem acompanhou pela TV Senado. O dia e a noite da quarta-feira (11) foram
pequenos, quando o novo dia raiou quinta-feira (12), se deu a votação e por volta
das 6h23 foi proclamado o resultado no painel 55 votos SIM e 22 NÃO. Em seguida
a presidente Dilma foi notificada através da primeira secretaria do Senado e
logo após o vice-presidente da República Michel Temer (PMDB-SP).
Ainda na parte da manhã de quinta-feira (11h),
a presidente afastada do cargo Dilma Rousseff, falou pela última vez, no salão
de atos do governo do Palácio do Planalto, se mostrou indignada com o
afastamento e a culpa recaiu sobre o deputado federal Eduardo Cunha (PMDB-RJ),
presidente da Câmara Federal afastado, pelo Supremo Tribunal Federal ? STF. Em
seguida ao lado de seus ministros e auxiliares diretos, na rampa do Palácio do
Planalto desabafou as suas mágoas, para o público que estavam na área externa
do Palácio, integrantes de movimentos sociais e populares, e fez questão de ver
todos; quando não conseguia ver a todos, que foram lhe prestigiar pedia para os
seguranças, para abrir mais um pouco o espaço, porque ela queria abraçar o
povo, apertar a mão, tirar fotos, beijar as crianças, enfim queria ganhar a
simpatia dos populares.
Mas, onde Dilma errou? O erro de Dilma foi à
falta de um bom interlocutor com o Congresso Nacional. No momento em que ela
indica Michel Temer, para fazer esse papel e Temer iniciou bem sua interlocução,
com os congressistas, em busca de apoio e aprovação dos projetos da área
econômica do governo. Na política tudo é por acordo e os acordos feitos pelo
interlocutor (Temer) não foi honrado. Novamente ela (Dilma) erra. Ora se honrasse
os compromissos firmados, não estava passando pelo momento atual [desgaste].
Comando
Temer assume o comando do país num momento
turbulento, e em seu primeiro discurso a primeira palavra pronunciada foi
[confiança] claro que não será fácil sua administração. Começou na montagem dos
nomes para integrar os cargos, os partidos políticos tem uma ingerência grande,
na divisão do bolo. Os dirigentes dos partidos parece não pensar na população.
O Brasil precisa seguir em frente, recuperar a credibilidade no exterior, a
economia precisa aquecer e o mercado acolher os que estão desempregados.
Nos primeiros cem dias, o novo governo tem que
mostrar algo diferente. O primeiro passo é viabilizar a economia. O ministro da
área econômica Henrique Meireles e sua equipe tem muita responsabilidade, para
dar uma resposta à população.
Dilma e sua equipe vão partir para o ataque.
Isso é ponto pacífico, além dela o seu partido o PT. O PT e o PSB segundo o
líder do governo no senado, o senador Humberto Costa afirmou, em entrevista,
que não vão aprovar as medidas de reformas, que vão chegar ao Senado da
República enviado pelo novo governo.
O ex-presidente Lula presente no último ato
político no Palácio do Planalto na manhã de quinta-feira (12) sua fisionomia
era de tristeza. Não se sabe se era de arrependimento, em ter colocado sua
amiga no comando da República ou preocupado com o que vem pela frente com sua
vida pessoal, agora sem foro privilegiado.
Agora é aguardar o novo governo, se vem com
mudanças para agradar a população e satisfazer o ego dos brasileiros. Segue-se
a segunda fase conhecida como Comissão Processante, sob o comando do presidente
do STF Ricardo Lewandowski, o presidente da comissão Raimundo Lira (PMDB/PB) e
o relator Antonio Anastasia (PSDB/MG), que vão montar a grade desse segundo
tempo do impeachment. (Itamar Ribeiro)