O ministro
da Fazenda, Henrique Meirelles, anunciou nesta terça-feira (17) que o novo
presidente do Banco Central será o economista-chefe do Itaú Unibanco, Ilan
Goldfajn. Ele foi escolhido para substituir Alexandre Tombini.
Antes de assumir,
Goldfajn precisa passar por uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos do
Senado, atualmente presidida pela senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR).
Meirelles
também anunciou os outros nomes que comporão a nova equipe econômica do
presidente interino Michel Temer.
Goldfajn já foi diretor do BC
O economista
já exerceu o cargo de diretor de Política Econômica do BC entre 2000 e 2003,
quando trabalhou com Armínio Fraga e, depois, com o próprio Meirelles.
Após sair do
BC, foi sócio da Gávea Investimentos. Depois, tornou-se sócio-fundador e gestor
da Ciano Investimentos, ajudando a fundar a Ciano Consultoria. Saiu em 2009
para assumir o posto de economista-chefe do Itaú Unibanco.
Aposta é de queda nos juros
O
economista, bastante reservado sobre sua vida pessoal, mas até informal com
quem trabalha, é muito exigente e atento aos detalhes em relação à qualidade do
trabalho, demandando horas a mais de dedicação dos que o cercam até que o
resultado esteja a contento.
Ele assume
com as apostas crescentes de que o banco começará a cortar a taxa de juros em
breve. Suas avaliações mais recentes como economista-chefe do Itaú apontam para
essa direção. A taxa básica de juros está em 14,25 ao ano desde julho passado.
Goldfajn
vinha destacando que a recessão e a queda do dólar desde o início do ano
contribuem para a gradual redução das expectativas de inflação neste ano. A
queda da inflação abriria espaço para o corte de juros no [segundo semestre, a
partir de julho].
Em recente
relatório do Itaú, Goldfajn melhorou suas projeções para a economia do país em
2017 de crescimento de 0,3 para 1.
Carreira acadêmica
Goldfajn
também se destaca pela sua vida acadêmica, que lhe rendeu pelo menos um amigo
ilustre. O vice-presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados
Unidos), Stanley Fischer, foi um dos orientadores da sua pós-graduação no MIT
(Massachusetts Institute of Technology). Os dois continuam amigos e ainda se
falam com alguma frequência.
[O lado acadêmico
dele é muito evidente, o que é uma qualidade], afirmou o economista de um
banco, sob condição de anonimato.
Antes da
pós-graduação no MIT, Goldfajn concluiu seu mestrado em economia pela
Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-RJ), onde também foi
professor.
Em sua
experiência internacional, Goldfajn foi economista do FMI (Fundo Monetário
Internacional) entre 1996 e 1999 e professor assistente na Universidade de
Brandeis, em Massachusetts, nos Estados Unidos.
(Com Reuters
e Valor)
Do UOL, em
São Paulo