O economista e ex-ministro da Fazenda do Regime Militar
Delfim Netto foi intimado para prestar esclarecimentos na Polícia Federal (PF),
em Curitiba, sobre assuntos ligados à Operação Lava Jato. A intimação foi
confirmada ao G1 nesta sexta-feira (10) pelo advogado de Delfim Netto, Maurício
Silva Leite.
O documento da intimação determina que Delfim apresente
documentos referentes a supostos serviços prestados por ele à Odebrecht e que
teriam justificado o pagamento do valor de R$ 240 mil em espécie, entregues a
Luiz Apollonio Neto, que advogado e sobrinho dele. O inquérito tramita em
sigilo, e não há data definida para a oitiva.
A Odebrecht foi procurada pela reportagem e disse que não
vai se manifestar sobre o assunto.
O nome do ex-ministro apareceu nas investigações da Lava
Jato na delação premiada do ex-executivo da Andrade Gutierrez Flávio Barra.
Ele relatou à Procuradoria-Geral da República (PGR)
pagamento de R$ 15 milhões de propina ao economista e ex-ministro Delfim Netto,
em 2010.
O dinheiro, de acordo com Barra, foi uma gratificação por
ele ter ajudado a montar consórcios de empresas que disputaram licitações para
obras da Usina Belo Monte.
O montante teria chegado a Delfim por meio de contratos
fictícios de empresas de um sobrinho dele, Luiz Apollonio Neto, com a
construtora.
O advogado Maurício Leite afirma que a defesa nunca teve
acesse a essas informações e que refuta veementemente qualquer questionamento
da vida profissional do economista. Segundo o advogado, Delfim Netto sempre
prestou consultoria na área econômica e sempre recolheu todos os impostos de
acordo com a lei.
[Todos os recebimentos que Delfim Netto teve em sua carreira
foram decorrentes de serviços por ele prestados. Acho que é inquestionável a
capacidade dele para prestar consultoria na área econômica e com recolhimento
dos devidos impostos. Então, não há nada a ser questionado a respeito disso]. (Alyohha Moroni e Bibiana Dionísio-Da RPC e do G1 PR)
(Foto: GloboNews/Reprodução)