O deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ) foi eleito presidente da
Câmara dos Deputados na madrugada desta quinta-feira (14) para completar o
mandato do biênio 2015-2016, que termina em fevereiro de 2017. A eleição
preencheu vaga aberta com a renúncia do deputado afastado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) da presidência, ocorrida na semana passada.
Maia foi eleito com os votos de 285 deputados em segundo
turno, em disputa com o deputado Rogério Rosso (PSD-DF), que obteve 170 votos.
Houve 5 votos em branco nessa segunda votação. Ao todo, 460 deputados votaram
no segundo turno, contra 494 votos na primeira rodada, da qual participaram 14
candidatos.
Em seu primeiro discurso como presidente da Câmara, o
deputado agradeceu a todos os partidos que o apoiaram, seja desde o primeiro
turno ou a partir do segundo turno. Ele citou o nome de vários líderes e
deputados que apoiaram sua candidatura.
[Agradeço pela disputa limpa, na política, agradeço à minha
família. É difícil falar depois desse momento, sentado nesta cadeira], afirmou.
Rodrigo Maia ressaltou que terá a oportunidade de presidir a
Câmara junto com os outros deputados. [Vamos tentar governar com simplicidade,
pacificar esse Plenário. Tem pautas do governo, mas também tem demandas da
sociedade], lembrou.
Diálogo com partidos
Em entrevista coletiva concedida logo após a eleição,
Rodrigo Maia ressaltou que sua eleição contou com apoio de parte da esquerda
por causa do diálogo que manteve no sentido de resguardar os direitos da
minoria.
[Sem a esquerda, eu não venceria essa eleição e, por isso,
batiam tanto nos votos que a esquerda ia me dar. Todos nós juntos temos
condições de construir uma agenda de consenso, onde o diálogo possa prevalecer,
aprovando em conjunto medidas para o Brasil], afirmou.
Prioridades da pauta
Quanto às prioridades da pauta, ele listou o teto de gastos
públicos; a renegociação da dívida dos estados; a PEC dos Precatórios; o
projeto que libera a Petrobras de participar de todas as explorações do pré-sal
e a reforma da Previdência. [Sobre a Previdência, precisamos construir um modelo
que não seja deficitário], adiantou.
Sobre a necessidade de votar medidas impopulares, o novo
presidente da Casa ponderou que os deputados [não estão aqui só para aumentar
despesas e serem aplaudidos]. Para ele, uma pauta que seja impopular agora
poderá gerar impactos positivos no futuro.
Ele defendeu ainda a volta do debate sobre o sistema
eleitoral, que considerou falido.
Cassação de Cunha
Ao responder sobre o processo de cassação do mandato de
Eduardo Cunha, Rodrigo Maia lembrou que votou em Cunha e o apoiou em muitas
iniciativas, mas não vai perseguir nem proteger o deputado.
[Tudo vai caminhar dentro das regras do Regimento, sem
manobras contra nem a favor. A votação da cassação dele, para ser legítima e justa,
precisa ter quórum elevado], afirmou, referindo-se ao período pós-recesso, que
será de campanha eleitoral municipal. (Agência Câmara)