O juiz federal Sérgio Moro mandou soltar o executivo Marcos
Reis, preso na Operação Resta Um, 33ª fase da Lava Jato. O magistrado
estabeleceu três medidas cautelares: obrigação de comparecimento a todos os
atos do processo, inclusive por intimação por telefone, entrega de todos os
passaportes no prazo máximo de três dias e proibição de deixar o país até nova
deliberação judicial.
[A autoridade policial manifestou-se no sentido da desnecessidade
da prisão cautelar. Considerando que o investigado se apresentou e teria,
ademais, papel subordinado no suposto esquema criminoso, é o caso de colocá-lo
em liberdade. Não obstante, submetido à investigação por crimes graves em
concreto e tendo ele conexões com o exterior, necessárias medidas cautelares
para proteger a investigação e a aplicação da lei penal], determinou Moro.
A Resta Um foi deflagrada no dia 3 de agosto. Marcos Reis
estava no exterior e se apresentou à Polícia Federal, em Curitiba, dois dias
depois.
O executivo era diretor financeiro do Consórcio Quip,
integrado pelas empreiteiras UTC, Queiroz Galvão e Camargo Corrêa. Segundo a
investigação, o executivo foi o responsável por montar o [caixa dois] da Quip
no exterior, tendo buscado auxílio do suíço Stephan Mueller. O consórcio teria
pago propina a executivos da Diretoria de Serviços da Petrobras sobre
contratações da plataforma P-53.
O dono da UTC, Ricardo Pessoa, e o ex-diretor financeiro da
empreiteira, Walmir Pinheiro, delataram pagamento de propina. A plataforma P-53
apareceu ainda na tabela de propinas do ex-gerente executivo da estatal Pedro
Barusco.
Segundo Ricardo Pessoa, os pagamentos do Consórcio Quip
ocorriam principalmente por intermédio de um trust chamado Quadris, que funcionava
como um [caixa 2] da Quip.(AE).
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