Na sua primeira declaração após o anúncio da
aposentadoria do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa,
o ministro Ricardo Lewandowski afirmou nesta quinta-feira, em Belo Horizonte,
que a Corte máxima do País será mais aberta ao ?diálogo? sob novo comando.
Segundo Lewandowski, que participou de seminário promovido pela seção mineira
da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MG), a ampliação da interlocução vai
assegurar a estabilidade das instituições e a governabilidade do País.
Com a aposentadoria de Barbosa, Lewandowski é tido como
principal nome para ocupar a presidência do STF. Ambos trocaram rusgas durante
todo o processo do mensalão, muitas vezes extrapolando para ofensas, como
quando Barbosa, já no cargo de presidente, acusou o colega de fazer ?chicanas?,
ou seja, de ficar retardando os trâmites. Após o fim do julgamento, Barbosa
ainda revogou decisões de Lewandowski sobre o caso, causando desconforto entre
os demais ministros do colegiado. ?Quero ampliar o diálogo, digamos assim. Esse
será o ponto central da minha gestão, se for eleito?, afirmou.
Sem citar nomes, o ministro insinuou que o modelo atual
deixou de fora do diálogo setores com os quais o STF tem intervenção. ?Quero
ampliar o diálogo entre os Poderes, a magistratura e a classe dos advogados.
Contribuir com o diálogo, em todos os setores e, sobretudo, naqueles em que o
Judiciário tenha uma intervenção?, disse. A saída de Joaquim Barbosa do STF é
esperada para o fim deste mês, após um processo burocrático a ser cumprido, que
deve levar, pelo menos, 15 dias. (Diario do Poder)