MORO AUTORIZA DEPOIMENTO DE MINISTRO COMO TESTEMUNHA DE CLÁUDIA CRUZ

O juiz federal Sérgio Moro, que conduz as ações da Operação
Lava Jato, autorizou o depoimento do ministro dos Transportes do governo Temer,
Maurício Quintella (PR-AL), e dos deputados Hugo Motta (PMDB-PB), Carlos Marun
(PMDB-MS) e Jovair Arantes (PTB-GO), aliados do ex-deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ).

O ministro e os parlamentares vão falar como testemunhas de
defesa da jornalista Cláudia Cruz, mulher de Cunha, em ação penal na Operação
Lava Jato.

[Quanto às testemunhas Hugo Motta, Carlos Marum, Maurício
Quintella e Jovair Arantes, reputou imprescindível à tomada de depoimentos
orais. Em que pese o posicionamento já esposado por este Juízo, diante da
manifestação da Defesa, e a bem da ampla defesa, resolvo deferir a oitiva dos
quatro parlamentares acima listados], determinou Moro.

A mulher de Cunha é acusada de ter evadido dinheiro e lavado
US$ 1 milhão provenientes de crimes praticados pelo ex-presidente da Câmara no
esquema de corrupção na Petrobrás. Cláudia foi denunciada por lavagem de
dinheiro e evasão de divisas.

Parte da tropa de choque do Eduardo Cunha na Câmara, Hugo
Motta, ex-presidente da CPI da Petrobrás, e Jovair Arantes, relator do processo
de impeachment na Comissão da Casa, não compareceram à votação da cassação do
marido de Cláudia.

Cunha teve o mandato cassado em 12 de julho por 450 votos
favoráveis, 10 contrários e 9 abstenções. Carlos Marun votou contra a cassação
de Cunha e acompanhou o ex-parlamentar peemedebista durante a votação na
Câmara.

A Justiça Federal no Paraná colocou quatro datas (26 de
setembro, 28 de setembro, 5 de outubro ou 6 de outubro) disponíveis para as
testemunhas de Cláudia.

Na sexta-feira, 16, Hugo Motta solicitou o agendamento de
seu depoimento para entre os dias 10 e 20 de novembro.

O parlamentar alegou que está [impossibilitado de marcar em
uma das datas propostas, pois devido ao período eleitoral tem uma agenda
extensa de compromissos no Estado da Paraíba].

Carlos Marun informou que pode prestar depoimento em 5 de
outubro na Justiça Federal do Distrito Federal. Maurício Quintella se dispôs a
falar em 6 de outubro. Até o fechamento desta matéria, Jovair Arantes ainda não
tinha respondido à Justiça Federal.

Também são acusados nesta ação penall Jorge Luiz Zelada,
ex-diretor da Área Internacional da estatal petrolífera, pelo crime de corrupção
passiva; João Augusto Rezende Henriques, operador que representava o PMDB no
esquema, por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas; e
Idalecio Oliveira, empresário português proprietário da CBH (Companie Beninoise
des Hydrocarbures Sarl), pelos crimes de corrupção ativa e lavagem de dinheiro.
(AE)

Foto: Diário do Poder