BRASIL PROMOVE DEPURALJÃO DO SISTEMA POL͍TICO, AFIRMA TEMER NA ONU

Em seu discurso de abertura da Assembleia-Geral da
Organização das Nações Unidas (ONU), o presidente Michel Temer disse nesta
terça-feira (20) que o Brasil passa por um processo de [depuração de seu
sistema político]. Ele afirmou que o impeachment de Dilma Rousseff respeitou a
ordem constitucional e foi conduzido pelo Congresso e o Judiciário.

[Não há democracia sem Estado de direito ? sem normas que se
apliquem a todos, inclusive aos mais poderosos. É o que o Brasil mostra ao
mundo. E o faz em meio a um processo de depuração de seu sistema político],
afirmou o presidente no discurso, que foi centrado em questões globais.

Temer disse que levava à ONU um compromisso [inegociável] do
Brasil com a democracia. [Temos um Judiciário independente, um Ministério
Público atuante, e órgãos do Executivo e do Legislativo que cumprem seu dever],
ressaltou. [Não prevalecem vontades isoladas, mas a força das instituições, sob
o olhar atento de uma sociedade plural e de uma imprensa inteiramente livre.]

O presidente disse que sua tarefa agora é retomar o
crescimento e gerar empregos. [Temos clareza sobre o caminho a seguir: o
caminho da responsabilidade fiscal e da responsabilidade social. A confiança já
começa a restabelecer-se, e um horizonte mais próspero já começa a desenhar-se],
declarou.

Antes de se referir à situação do Brasil, Temer falou sobre
algumas das principais questões globais discutidas na ONU. O presidente
criticou o nacionalismo exacerbado, a xenofobia, a demagogia e o protecionismo,
principalmente na área agrícola. Também defendeu transformações no sistema
internacional e a reforma no Conselho de Segurança da ONU.

[Os semeadores de conflitos reinventaram-se. As instituições
multilaterais, não.] O terrorismo, a guerra civil na Síria e a crise de
refugiados foram mencionados por Temer como exemplos da incapacidade da
comunidade internacional de lidar com essa nova realidade global. [De
conflagrações regionais ao fundamentalismo violento, confrontamos ameaças que,
velhas e novas, não conseguimos conter. Frente à tragédia dos refugiados ou ao
recrudescimento do terrorismo, não nos deixa de assaltar um sentimento de
perplexidade.]

Para enfrentar esse cenário, o presidente defendeu a
diplomacia e uma atuação mais efetiva da ONU. [Queremos um mundo em que o
direito prevaleça sobre a força. Queremos regras que reflitam a pluralidade do
concerto das nações. Queremos uma ONU de resultados, capaz de enfrentar os
grandes desafios do nosso tempo], defendeu. [As Nações Unidas não podem
resumir-se a um posto de observação e condenação dos flagelos mundiais. Devem
afirmar-se como fonte de soluções efetivas]

Temer elogiou o reatamento de relações diplomáticas entre os
Estados Unidos e Cuba e pediu o fim do embargo econômico americano contra o
país. A integração latino-americana é prioridade para o Brasil, afirmou. [Coexistem
hoje em nossa região governos de diferentes inclinações políticas. Isso é
natural e salutar], observou, sem mencionar países específicos. [O essencial é
que haja respeito mútuo e que sejamos capazes de convergir em função de
objetivos básicos, como o crescimento econômico, os direitos humanos, os
avanços sociais, a segurança e a liberdade de nossos cidadãos.] O presidente
elogiou o acordo firmado entre o governo da Colômbia e as Forças
Revolucionárias da Colômbia (Farc) e disse que seu governo está disposto a
contribuir para a paz no país vizinho.

O presidente acrescentou que o Brasil tem [compromisso
inequívoco] com o meio ambiente e lembrou que depositará amanhã na ONU a
ratificação do Acordo de Paris, que estabelece metas de redução dos gases que
provocam efeito estufa. [A prosperidade e o bem-estar no presente não podem penhorar
o futuro da humanidade], declarou. [O planeta é um só. Não há plano B.].
(Diário do Poder).

FOTO: BETO BARATA

Mais notícias sobre