DILMA DIZ QUE EVENTUAL PRISÃO DE LULA SERÁ UM [ABSURDO]

A ex-presidente Dilma Rousseff afirmou que não acredita que
o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva será preso. Na semana passada, Lula
se tornou réu na Operação Lava Jato acusado de corrupção passiva e lavagem de
dinheiro. [Não acredito que eles cometam esse absurdo. Não porque sejam bons,
mas porque acredito que também não são burros], disse Dilma, em entrevista à TV
Educativa da Bahia, na terça-feira, 27.

Segundo Dilma, a prisão de Lula transformaria o
ex-presidente em um [herói] e isso não seria interessante aos adversários. [A
estratégia é tentar inviabilizar a sua candidatura para 2018], opinou Dilma.
Segundo ela, o [golpe] que a tirou do poder só será completo com a condenação e
o impedimento de Lula ser candidato. A petista comentou que a tentativa de
afirmar que a relação entre ela e Lula tenha desgastes é uma [estratégia de
enfraquecimento] contra os dois.

Dilma falou que as acusações envolvendo o tríplex no
Guarujá, que a força-tarefa da operação diz ser do ex-presidente, e o sítio de
Atibaia, [não tem qualquer fundamento]. Ela reafirmou que a autonomia da Polícia
Federal e do Ministério Público foram proporcionadas pelo governo petista e
disse estar havendo [distorções] no uso da delação premiada. [Uma parte desta
lei (da colaboração premiada) está sendo aplicada com distorções, vazamento
seletivo e utilização da prisão como forma de obter delação], afirmou.

Guido Mantega. Dilma também defendeu seu ex-ministro da
Fazenda, Guido Mantega, que foi preso temporariamente na última quinta-feira,
22, e solto no mesmo dia pela Justiça Federal. “O Guido não precisava ser
preso, é uma pessoa íntegra. Eu considero o Guido Mantega um injustiçado”,
falou. Dilma classificou as acusações contra ele como uma [seletividade].

Governo e PT. A ex-presidente admitiu que pode ter havido um
descuido de seu governo com a base do Partido dos Trabalhadores. [Acho que
todos os governos têm relação complexa com o partido, quando o partido está no
governo. Essa foi de fato uma questão que podia ter aprofundado muito mais.]
Sobre o processo de impeachment, Dilma afirmou que houve um [festival de
traição] durante o julgamento no Senado que culminou em seu afastamento
definitivo.

Erro. Perguntada sobre qual foi o maior erro em seu governo,
Dilma citou a política de desoneração fiscal ao empresariado, especialmente em
2013. Para ela, a medida não surtiu efeito na arrecadação e não gerou
investimentos por parte do setor privado [Quando diminui imposto, ele não dá
imediatamente resultado, nem a médio e longo prazo, em investimento. Ele
resulta em aumento da margem de lucro que é embolsada pelo referido empresário],
falou. Dilma calculou uma perda de R$ 35 bilhões a R$ 40 bilhões com as
políticas de desoneração durante seu governo, dos quais R$ 26 bilhões são da
desoneração da folha de pagamento e o restante da redução do IPI e outros
mecanismos. (AE)

 Foto: Reproduçao NBR