Na manhã
de hoje (30/09/2016), na sede do posto avançado da Polícia Federal (PF) em
Feira de Santana, foram conduzidos coercitivamente o candidato a vereador Pedro
Rodrigues Costa (pastor Pedro, PSC) e o vereador, candidato à reeleição,
Welligton Andrade de Jesus (PSDB). Os políticos prestaram depoimento em
inquérito que investiga possíveis crimes eleitorais praticados durante as
eleições municipais de 2016. Além dos candidatos, outras sete pessoas,
identificadas como eleitores e cabos eleitorais, prestaram depoimento sobre os
fatos investigados. A ação policial foi denominada Operação Simão.
Durante
coletiva, concedida na sede da PF em Feira de Santana, em que estiveram
presentes Fábio Muniz, Delegado Regional de Investigação e Combate ao Crime
Organizado; Fábio Araújo Marques, Delegado Chefe da Polícia Federal em Feira de
Santana; e os promotores de justiça Aldo da Silva Rodrigues e Samira Jorge
foram apresentados esclarecimentos sobre as investigações realizadas no âmbito
da Operação Simão.
Pastor Pedro
Segundo a
PF, com relação Pastor Pedro, a investigação foi requerida pelo Ministério
Público Eleitoral (MPE) e objetivou averiguar possível captação ilícita de
votos. Segundo as informações do MPE, o grupo do pastor estava formando listas,
denominadas ?Oração da Família?, em troca de dados eleitorais dos fiéis da
igreja. No processo de elaboração da lista, eles abençoavam o eleitor, ou o
amaldiçoaram, se os mesmos não fornecessem os dados eleitorais.
O
delegado Fábio Marques afirmou que no transcurso das investigações foi
confirmada existência das listas e que outras condutas ilícitas ficaram
comprovadas. O delegado cita que foi identificado um esquema, dentro da
associação religiosa, comandada pelo pastor candidato, em que eram marcadas
consultas e exames médicos realizados através do Sistema Único de Saúde (SUS),
mediante a entrega de título de eleitor. O delegado relatou, também, que além
destes fatos, eram entregues pães aos eleitores cadastrados e nos sacos de pães
tinham santinhos do candidato a vereador.
Em
declaração à imprensa, o pastor Pedro negou a prática de crime eleitoral, e
disse que estava sendo perseguido por servir aos mais pobres.
Caso
Welligton Andrade
No
transcurso das investigações concernentes a atuação do pastor Pedro, foram
realizadas escutas telefônicas autorizadas pela justiça eleitoral. O delegado
Fábio Marques revela que decorrente das escutas, foi identificada uma
negociação de venda e compra de lotes de votos. Os votos foram ofertados por um
cabo eleitoral ao pastor Pedro. Em decorrência do valor cobrado pelo cabo
eleitoral, o pastor se negou a finalizar a transação, mas acionou o parceiro,
vereador e candidato a reeleição Welligton Andrade.
Uma
reunião foi marcada entre o cabo eleitoral e Welligton Andrade. O delegado
Fábio Marques narra que a transação foi documentada pela PF e que a ela foi
finalizada, inclusive, ao final da prática ilícita entre o cabo eleitoral e
Welligton Andrade, o cabo eleitoral retirou do veículo o adesivo da campanha do
pastor Pedro, aplicando o adesivo da campanha de Welligton Andrade.
Em
declaração à imprensa, o vereador Welligton Andrade negou a prática de crime
eleitoral. (Jornal Grande Bahia)
Foto: Carlos Augusto