PARA TEMER, ALTA ABSTENLJÃO DE ELEITORES ɉ [MENSAGEM À€ CLASSE POLÍTICA]

O presidente da República, Michel Temer, afirmou, nesta
segunda-feira (3), que o alto índice de abstenção de eleitores no primeiro
turno das eleições municipais deste domingo (2) é um recado da população à
classe política.

A declaração foi dada durante entrevista coletiva após
reunião com o presidente da Argentina, Mauricio Macri, na residência oficial
Quinta de Olivos, em Buenos Aires.

Mais de 25 milhões de eleitores (17,58) não compareceram às
urnas para votar no primeiro turno das eleições municipais em todo o país. Nove
cidades do país tiveram índice de abstenção acima de 30.

Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), o número de
faltosos totalizou 25.330.431. O percentual é superior aos pleitos municipais
de 2012 e de 2008.

[Não se pode relativizar [a decepção da população] com o
partido A ou B. É uma mensagem que se dá à classe política brasileira para que
ela reformule costumes inadequados. Vejam o candidato em São Paulo que se
elegeu no primeiro turno e falava que era gestor, não político], disse Temer,
se referindo ao novo prefeito eleito da capital paulista, João Doria (PSDB).

Ao falar sobre o resultado do PMDB nas eleições, Temer disse
que o partido tem muita capilaridade e lembrou que ele não participou de
campanhas. [Não participei de nenhuma campanha porque a base parlamentar era
muito ampla. Não saí da sala da Presidência da República, nem fui ao meu
estado], ressaltou.

Questionado sobre o motivo de ele não ter ido votar neste
domingo no horário divulgado para a imprensa, o presidente riu e disse que teve
de antecipar o horário do voto devido a um compromisso.

Ele negou que estivesse fugindo de manifestantes. [Protestos
são naturais, um rescaldo do que aconteceu no país. Mas, surgiu um compromisso],
afirmou.

Reunião

Na reunião que teve com Macri, ambos conversaram sobre
economia, a situação na fronteira entre os dois países e as relações do
Mercosul.

Após o encontro, o presidente brasileiro defendeu que as
duas nações precisam rever suas políticas de concessões e que é necessário
flexibilizar as regras do Mercosul para que cada estado integrante do bloco
possa desfrutar melhor de suas relações internacionais.

[Queremos incrementar nossas relações políticas, econômicas
e comerciais. Temos de ajustar pontos], comentou.

Em relação à Argentina, Temer citou que o país e o Brasil
têm [mais ou menos os mesmos problemas, seja no tocante da pobreza, seja no do
desemprego].

Ele aproveitou a oportunidade para defender a aprovação pelo
Congresso Nacional da PEC que limita os gastos públicos, principal proposta do
governo para reequilibrar as contas públicas.

Questionado sobre o imbróglio envolvendo a presidência do Mercosul,
que deveria ser da Venezuela devido ao sistema de rotatividade no comando do
bloco, o peemedebista falou que tanto o Brasil quanto os demais membros do
grupo querem que o país cumpra os requisitos necessários para se adequar às
regras do bloco. [Temos alguma preocupação com a preservação dos direitos
políticos], afirmou.

O presidente argentino, Mauricio Macri, disse após o
encontro que o Brasil é formado por gente talentosa e recursos naturais [incríveis], o que colabora para que haja um trabalho em conjunto.

[O livre comércio é um caminho que se abre. Temos que nos
preparar melhor para a integração com o mundo. […] Temos que cuidar de cada
posto de trabalho que temos em nossos países e criar mais [empregos]], disse.

Luciana Amaral-Do G1, em Brasília

Foto: José Cruz