DELALJÃO PREMIADA PODE DIMINUIR ATɉ NOVE ANOS DA PENA DE MARCELO ODEBRECHT

Depois de muita resistência do Ministério Público Federal,
advogados de defesa do ex-presidente da Odebrecht, Marcelo Odebrecht,
conseguiram fechar um acordo com a força-tarefa da Operação Lava Jato para que,
em troca da delação premiada do empresário, a pena do principal herdeiro da
empreiteira ? condenado por Sérgio Moro, em março, a 19 anos e quatro meses – seja
reduzida. Preso desde junho de 2015, Marcelo Odebrecht permanecerá em regime
fechado até dezembro de 2017. Depois, vai cumprir os outros sete anos e meio em
regime semiaberto e aberto, o que inclui o domiciliar.

De acordo com as informações, divulgadas na manhã desta
quarta-feira (2) pela Folha, apesar de o MPF ter feito proposta para que
Marcelo permanecesse quatro anos em regime fechado, a equipe de defesa do
executivo destacou que seria muito tempo diante das informações que serão
fornecidas à operação pelo empresário. Ainda segundo a reportagem, a delação de
Marcelo Odebrecht envolve políticos de [alto calibre e contratos públicos de
valores elevados].

A expectativa é que o acordo de delação premiada seja
assinado até o fim de novembro. Outros 80 executivos da empreiteira também
fazem parte do acordo feito entre os advogados da Odebrecht, a força-tarefa da
Lava Jato, em Curitiba, e a Procuradoria-Geral da República (PGR), em Brasília.

Em conversas prévias, quando os envolvidos adiantam parte
das informações aos investigadores da operação, políticos ligados a vários
partidos já foram citados. As informações divulgadas pela Folha adiantam que os
ex-presidentes Lula (PT) e Dilma Rousseff (PT), o atual presidente da República
Michel Temer (PMDB) e o ministro de Relações Exteriores, José Serra (PSDB)
fazem parte desse grupo. (Congresso em Foco)

Foto: Divulgação/Agência Brasil