EX-DIRETOR DA PETROBRAS RELATOU QUE LULA SABIA DO PETROLÃO, DIZ DELCÍDIO

O ex-presidente Lula sabia do esquema de arrecadação de
propinas na estatal, por partidos da base aliada do governo, de acordo com o
delator Delcídio Amaral (ex-PT-MS).

O ex-líder do governo Dilma foi a primeira testemunha de
acusação contra o petista, em ação penal do caso do tríplex do Guarujá (SP) –
pago pela OAS. Ao ser questionado por um advogado de defesa se Delcídio pode
dar o nome de uma pessoa que disse: [olha o presidente sabe de tudo, porque eu
presenciei], o delator respondeu: [Renato Duque].

A defesa de Lula tentou tumultuar essa parte do depoimento.
[Não? Renato Duque?isso, isso, é outro colaborador?], disse o advogado, antes
de ser corrigido. [Não, não é delator]. [Ele respondeu o que o doutor
perguntou], sentenciou o juiz Sérgio Moro.

O representante da defesa tentou argumentar que Delcídio
estava formando juízo próprio ao afirmar que Lula tinha conhecimento e
participação no esquema de corrupção na Petrobras. Mas o ex-senador retrucou: [Era
absolutamente sabido. Vários partidos procuravam o presidente Lula quando seus
protegidos não correspondiam àquilo que foi combinado], afirmou Delcídio.

Segundo ele, após o mensalão, as diretorias foram usadas
para garantir a governabilidade e a base do governo Lula. [O presidente Lula no
mensalão, era a tese do não sabia, ele só escapou por causa de um acordo
político que votou o relatório da CPI do Mensalão]. Delcídio disse acreditar
que na Lava Jato [vai ser muito difícil a desculpa do [não sei], que ela
prevaleça].

O ex-líder do PT no Senado confirmou ainda que existia uma
[estrutura montada] no governo Lula para [bancar as estruturas partidárias (PT,
PMDB e PP)] e que o ex-presidente [tinha um conhecimento absoluto de todos os
interesses que rodeavam a gestão da Petrobrás].

As acusações contra Lula são relativas ao recebimento de
vantagens ilícitas da empreiteira OAS por meio de um triplex no Guarujá, no
litoral de São Paulo, e ao armazenamento de bens do acervo presidencial,
mantidos pela Granero de 2011 a 2016.

O petista é acusado corrupção passiva e lavagem de dinheiro
no esquema de cartel e propinas na Petrobrás. A denúncia do Ministério Público
Federal sustenta que ele recebeu R$ 3,7 milhões em benefício próprio ? de um
valor de R$ 87 milhões de corrupção ? da empreiteira OAS, entre 2006 e 2012.

Renato Duque está preso desde abril de 2015 em Curitiba,
acusado de ser o principal indicado do PT no esquema de arrecadação de propinas
na Petrobrás. Ele tenta pela terceira vez um acordo de colaboração premiada com
procuradores da força-tarefa da Lava Jato, mas ainda sem sucesso. (Diário do
Poder)

Foto: Dida Sampaio AE