Parlamentares
de oposição protocolaram nesta segunda-feira (28) representação na
Procuradoria-Geral da República para que sejam apuradas as denúncias de crimes
de concussão, advocacia administrativa e improbidade administrativa cometidos
pelo presidente da República, Michel Temer. O documento é assinado por
deputados e senadores do PT e do PCdoB.
– Estamos
pedindo que a Procuradoria-Geral da República investigue o presidente da
República por três crimes: prevaricação, concussão e advocacia administrativa. E
esperamos que a investigação seja aberta – afirmou o líder do PT no Senado,
Humberto Costa (PE). As denúncias tratam do caso envolvendo o apartamento do
ex-ministro-chefe da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima, que se demitiu
na sexta-feira (25), após as denúncias do ex-ministro da Cultura, Marcelo
Calero.
Para a
senadora Fátima Bezerra (PT-RN), as evidências de que o presidente cometeu
crime de responsabilidade são [bastante claras], uma vez que não havia
conflitos administrativos a serem resolvidos, ao contrário do que Temer disse.
Fátima ponderou que o Iphan, em nível nacional, já havia negado o alvará de
construção do prédio na Bahia por ferir a legislação ambiental.
– Não se
tratava de conflito administrativo. O que o presidente faz? Usa a instituição
sagrada, que é a Presidência da República, chama o próprio ministro da Cultura
e pede a ele que ele dê um jeitinho, que ele envie o processo para a AGU,
porque, segundo o próprio presidente, a AGU já estava pensando também em dar um
jeito, que era dar uma solução que fosse boa para ambos – afirmou.
Impeachment
Além da
representação na PGR, os senadores querem também que sejam ouvidos na Casa o
ministro-chefe da Casa Civil Eliseu Padilha, o novo ministro da Cultura,
Roberto Freire, e a advogada-geral da União, Grace Mendonça. A intenção é ouvir
esclarecimentos dos ministros sobre o suposto tráfico de influência que o
ex-ministro Geddel Vieira Lima exercia no governo.
O senador
Lindbergh Farias (PT-RJ) revelou que a oposição deve protocolar um pedido de
impeachment contra o presidente Michel Temer na Câmara dos Deputados ainda esta
semana. Segundo Lindbergh, o documento deve ser assinado pelos movimentos
sociais, porque, se for assinado pelos parlamentares, estes poderiam ficar
impedidos de participar e votar no processo do impeachment.
Agência
Senado
Foto: Waldemir
Barreto/Agência Senado