Órgão que repatria dinheiro desviado recuperou menos do que gastou

O órgão federal criado para buscar a recuperação de
dinheiro enviado para o exterior só conseguiu repatriar R$ 34,2 milhões. O
problema é que, em dez anos de existência, o Departamento de Recuperação de
Ativos e Cooperação Jurídica Internacional (DRCI) já gastou R$ 41 milhões com a
implantação de sua rede de laboratórios de tecnologia. E os gastos com a
instituição podem ser ainda maiores, já que a Secretaria Nacional de Justiça,
do Ministério da Justiça ? ao qual o DRCI é vinculado ? não revela quantos servidores
atuam no setor nem seu orçamento. Para o secretário nacional de Justiça, Paulo
Abrão, a dificuldade para repatriar recursos ilícitos é resultado da morosidade
da Justiça. Segundo ele, o sistema de recursos judiciais no país impede que
processos cheguem ao fim, e a conclusão das ações é a exigência mais comum dos
outros países antes de autorizar o envio de dinheiro de volta ao Brasil. Mas
Abrão defende que o departamento não pode ser avaliado apenas pelo volume de
recursos que consegue recuperar para o Brasil, já que o DRCI também repatria
bens culturais e históricos, como obras de arte. Informações da Folha de S.
Paulo.