O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) afirmou
nesta quarta-feira, 30, que a decisão da Câmara sobre o pacote de medidas
anticorrupção, aprovado nesta madrugada, [não pode sofrer pressão externa].
Renan rebateu as declarações dos coordenadores da
força-tarefa da Lava Jato, que ameaçaram deixar as investigações caso o
presidente Michel Temer sancione o texto da forma que está. Os procuradores
acusam os deputados de terem [desfigurado] a proposta enviada pelo Ministério Público
Federal (MPF) ao Congresso.
Para o peemedebista, qualquer tentativa de interferência nas
decisões dos parlamentares [conflita e interpõe] a democracia. [Não se pode
fazer cadeia nacional para pressionar por nada que absolutamente contesta e
esvazia o Estado democrático. O Brasil não está nesse estágio da democracia],
afirmou.
Após decisão da Câmara, o pacote ainda será analisado pelo
Senado. Mais cedo, Renan demonstrou que não tem pressa em dar sequência à
tramitação. Segundo o peemedebista, ele [respeitará] os prazos regimentais e
enviará o texto para comissões permanentes, o que deve adiar a análise do
plenário para o próximo ano.
O presidente do Senado disse que o pacote anticorrupção
apresentado pelo MPF, com apoio de mais de dois milhões de assinaturas da
sociedade, estava [fadado] a sofrer modificações. Ele avaliou que alguns pontos
só seriam aprovados em um [regime fascista], como o teste da integridade e a
legalização de provas ilícitas.
Das dez medidas originais que constavam no relatório do
deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), e que foram aprovadas por unanimidade em uma
comissão especial da Casa, apenas quatro passaram parcialmente pelo plenário.
Os deputados também incluíram itens que podem enfraquecer investigações.
(Diário do Poder)