TSE MANDA VASCULHAR GRÁFICAS DA CAMPANHA DE REELEILJÃO DE DILMA

A Polícia Federal cumpre nesta terça-feira (27) mandados de
busca e apreensão em cerca de quinze endereços, sobretudo gráficas contratadas
pela campanha de reeleição da ex-presidente cassada Dilma Rousseff (PT), na
qual o atual presidente Michel Temer (PMDB) era vice. Estão na mira empresas
que foram subcontratadas pela gráficas Red Seg Gráfica, Focal e Gráfica VTPB,
contratadas pelo comitê eleitoral nacional do Partido dos Trabalhadores (PT).
Não há mandados de prisão.

Os mandados foram expedidos pelo  ministro Herman Benjamin, relator do processo
que analisa a prestação de contas da campanha petista no Tribunal Superior
Eleitoral (TSE). O processo foi aberto após denúncia do PSDB.

As investigações se referem à [chapa Dilma-Temer], mas o
atual presidente nem sequer apareceu na campanha de reeleição da então
presidente. Temer somente apareceria ao lado de Dilma no [discurso da vitória],
em Brasília, após a apuração dos votos.

As empresas que são vasculhadas pela PF não teriam prestado
os serviços contratados. Em análise dos documentos apresentados concluída neste
mês, peritos viram suspeitas de que recursos pagos teriam sido [desviados e
direcionados ao enriquecimento sem causa de pessoas físicas e jurídicas diversas
para benefício próprio].

O objetivo da operação é verificar se gráficas
subcontratadas na campanha tinham capacidade operacional para efetivamente
prestar os serviços. Os agentes também cumprem mandados no Tribunal Regional
Eleitoral de São Paulo (TRE-SP).

Relatório elaborado pelo TSE informou que o Ministério
Público e a PF viram indícios de fraude e desvio de recursos na campanha. A
análise levou em conta dados obtidos na quebra de sigilo bancário de gráficas
informadas pela chapa como prestadoras de serviços.

Em agosto, os peritos consideraram que as empresas não
apresentaram documentos suficientes para comprovar o trabalho pago pela
campanha. O relatório também levou em conta documentos apresentados pela defesa
de Dilma que comprovariam o uso dos recursos. Mas para os peritos, eles não
foram suficientes para responder aos questionamentos sobre os gastos. (Diário
do Poder)

(FOTO: RICARDO STUCKERT)