Quatro detentos foram mortos na madrugada deste domingo, 8,
na cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, no Centro de Manaus.
Três deles foram decapitados. O local abriga os presos que foram transferidos
do Complexo Penitenciário Anísio Jobim, o Compaj, por não fazerem parte da
facção Família do Norte. As equipes do Instituto Médico Legal e da Polícia
Militar estão no local e a Secretaria de Administração Penitenciária faz a
contagem dos presos.
Com as novas vítimas, o número de presos mortos no Amazonas
por conta dos desdobramentos da guerra entre as facções FDN e Primeiro Comando
da Capital (PCC) sobe para 64. Em Boa Vista (RR), na semana passada, houve mais
33 mortos.
A Cadeia Pública de Manaus estava desativada desde outubro
do ano passado por conta das péssimas condições de conservação, mas teve de ser
reativada para abrigar os presos que corriam risco de morte no Compaj.
O secretário de Administração Penitenciária do Amazonas,
Pedro Florêncio, confirmou as mortes e afirmou que não se trata de briga de
facção pelo fato de não haver no local presos de grupos diferentes. [Não houve
briga de facção porque todo mundo era do mesmo grupo. Todos eram os presos que
eram ameaçados, que não tinham convivência, que estavam em áreas de seguro, de
isolamento, nos outros presídios. Quando houve aquela rebelião, com as ameaças
de matá-los também, nós os trouxemos para cá. Eles se matam entre eles mesmos],
explicou. Para Florêncio, as mortes desta madrugada ainda são [algo
incompreensível].
A FDN é apontada pela Polícia Federal como a terceira maior
facção do Brasil – atrás apenas do PCC e do CV. A organização criminosa surgiu
por volta do ano de 2006 após a união de dois grandes traficantes amazonenses
que cumpriam suas penas em presídios federais. Gelson Lima Carnaúba, o G, e
José Roberto Fernandes Barbosa, o Pertuba, saíram do sistema prisional federal
com destino ao Amazonas [determinados ou orientados], segundo a PF, a
estruturarem uma facção criminosa nos moldes do PCC e CV. (AE)
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