A mega delação premiada da Odebrecht – que envolve 77
executivos e aguarda homologação da Justiça – deve desencadear uma nova fase de
colaborações na Operação Lava Jato: a do núcleo políticos da organização
criminosa acusada de corrupção na Petrobrás.
Procuradores da República, das forças-tarefas de Brasília,
Curitiba e Rio de Janeiro, estão preparados para um aumento da procura por
acordos de delação, por assessores e ex-assessores de políticos, em especial,
de parlamentares.
[O maior espaço que se existe hoje para delações é para
assessores de políticos e políticos. Quanto antes eles procurarem por um acordo,
mais benefícios podem obter], afirmou um investigador, em reservado.
A Lava Jato, em Curitiba, fechou em três anos de
investigações 71 delações premiadas. Dessas, apenas duas de políticos: a do
ex-líder do PT no Senado Delcídio Amaral ? que falou, após ser preso em
flagrante ? e a do ex-presidente da Transpetro e ex-deputado Sérgio Machado.
Outro político que fez acordo de delação com a Lava Jato é o
ex-deputado federal Pedro Corrêa, ex-líder do PP, condenado no mensalão, em
2012, e pelo juiz federal Sérgio Moro, no caso Petrobrás, em 2016. Sua delação,
no entanto, aguarda homologação no Supremo Tribunal Federal (STF).
Organização. No decorrer das investigações da Lava Jato,
quem buscou primeiro um acordo de colaboração dentro do seu núcleo de atuação
na organização criminosa denunciada, acabou obtendo os melhores benefícios.
[Os primeiros agentes públicos que procuraram a
força-tarefa, ou os primeiros empresários, os primeiros operadores, foram
dentro de seus núcleos de atuação, tiveram muito mais benefícios do que os
outros. Assessores de políticos e políticos que tiveram envolvido com alguma
corrupção, devem buscar a Procuradoria.]
Segundo as investigações da Lava Jato, uma organização
criminosa formada por quatro núcleos (político, agentes públicos, empresários e
operadores) fraudou contratos da Petrobrás e desviou de 1 a 3 de propinas
para políticos e partidos que fatiaram o comando da estatal e geraram um rombo
de mais de R$ 40 bilhões, em 10 anos. (AE)
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