O empresário Eike Batista pagou propina de US$ 16,5 milhões
para o ex-governador Sérgio Cabral (PMDB). De acordo com a Operação Eficiência,
desdobramento da Calicute ? fase da Lava Jato no Rio de Janeiro, o dinheiro foi
solicitado por Cabral em 2010.
Em 2011, para dar aparência de legalidade ao dinheiro da
propina, foi realizado um contrato de fachada entre a empresa Centennial Asset
Mining Fuind Llc, holding de Batista, e a empresa Arcadia Associados, por uma
falsa intermediação na compra e venda de uma mina de ouro. A Arcadia recebeu os
valores ilícitos numa conta no Uruguai, em nome de terceiros mas à disposição
do peemedebista.
Os US$ 16,5 milhões foram pagos por meio da conta Golden
Rock no TAG Bank, no Panamá. Dessa movimentação teria participado Flávio
Godinho, vice presidente de futebol do Flamengo e do Grupo EBX. Eike, Cabral e
Godinho são alvos de mandado de prisão na Eficiência. Segundo a defesa do
empresário ele está em viagem fora do País, mas vai se entregar. O
ex-governador já está recolhido no presídio de Bangu 8 desde novembro, alvo da
Calicute.
Segundo a Operação Eficiência, Eike e Cabral tiveram
envolvimento em lavagem de US$ 100 milhões no exterior. A maior parte desse
dinheiro ? R$ 270 milhões ? já foi repatriada, segundo os procuradores da
República que investigam Eike e Cabral.
Eike Batista, Godinho e Cabral também são suspeitos de terem
cometido atos de obstrução da investigação, porque numa busca e apreensão em
endereço vinculado ao empresário em 2015 foram apreendidos extratos que
comprovavam a transferência dos valores ilícitos da conta Golden Rock para a
empresa Arcádia. Naquela ocasião, os três investigados [orientaram os donos da
Arcadia a manterem perante as autoridades a versão de que o contrato de
intermediação seria verdadeiro]. (Diário do Poder)
Foto: Estadão Conteudo