O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (PMDB) já
estuda fazer delação premiada. Preso desde novembro por suspeita de recebimento
de uma mesada de R$ 850 mil das empreiteiras Andrade Gutierrez e Carioca
Engenharia, o peemedebista já conversava com seus advogados sobre a
possibilidade e havia fechado a troca do atual defensor, Ary Bergher, pelo
criminalista Sérgio Riera.
De acordo com o jornal Estado de São Paulo, após deflagrada
a Operação Eficiência, ontem, 27, que apura esquema de Cabral para lavagem de
dinheiro no exterior, junto com o empresário Eike Batista, sua decisão pode ter
sido sacramentada. Segundo fontes, o companheiro de cela de Cabral, o
ex-secretário de Obras do Rio de Janeiro Hudson Braga, é outro que já comunicou
a Procuradoria e seus advogados sobre o interesse no acordo. Braga é apontado
pela Polícia Federal como operador administrativo do suposto grupo criminoso
ligado ao ex-governador.
O que pesou na decisão de Cabral foram as três ordens de
prisão, que torna quase impossível um habeas corpus, e o ambiente hostil de
Bangu 8 ? onde cumpre com a mulher Adriana Anselmo regime de prisão preventiva.
A única saída viável seria firmar um acordo de delação
premiada para, em troca, conseguir benefícios da Justiça, como responder às
ações penais em liberdade. Benefícios que poderiam também ser estendidos à sua
mulher.
A ex-mulher de Cabral Susana Neves Cabral e seu irmão
Maurício de Oliveira Cabral Santos também estão na mira da Operação Lava Jato.
(Diário do Poder)
Foto: (FOTO: WILTON JUNIOR/ESTADÃO CONTEÚDO)