Deputado quer PR com Souto e diz que apito de presidente é mudo; Rocha admite troca de lado

A estimativa do prefeito ACM Neto (DEM) de que a
candidatura do seu correligionário Paulo Souto ao governo do Estado contaria
com o apoio de 19 partidos, inclusive dissidentes da aliança com o PT, está
próxima de se confirmar, caso a pressão do deputado federal João Bacelar (PR)
pelo rompimento se concretize. Além da confirmada perda de SDD, PRB e PSC, e
possibilidade de partida do PTB, a fratura entre os republicanos foi exposta
publicamente nesta sexta-feira (20) em nota enviada à imprensa pelo
parlamentar, que comparou o presidente baiano da sigla e também congressista
José Rocha à “rainha da Inglaterra”. “O apito dele [José Rocha]
é mudo. O partido nacionalmente contradiz as decisões de Zé Rocha na executiva
estadual”, atacou Bacelar, ao ainda afirmar que “há muito tempo”
tem clamado a César Borges reassumir as “rédeas partidárias”.
“Sempre digo que entre iguais não há líder?, completou. Se antes o
ambiente na Bahia destoava do movimento nacional pró-Aécio Neves ? muito em
função da entrega do Ministério dos Transportes a Borges e, localmente, a
Secretaria de Turismo do Estado a Pedro Galvão ?, agora ganha força. Até mesmo
a convenção regional do partido que confirmaria o apoio ao postulante petista
Rui Costa foi adiada sem novo prazo determinado. Consultado pelo Bahia
Notícias, José Rocha rebateu as declarações do correligionário, mas admitiu a
possibilidade de a legenda trocar de lado. “João Bacelar tem que se
preocupar mais com a vida dele e menos com a vida dos outros. Se o partido está
rachado, eu não sei. Vou estar amanhã [sábado, 21] com o secretário-geral do
partido, que vai decidir o cenário nacional. A Bahia está muito ligada a
Brasília”, reconheceu. Questionado sobre o evento que
“ratificou” a adesão à candidatura petista, no dia 10 de fevereiro
deste ano, na sede da União dos Municípios da Bahia (UPB), o republicano
ponderou. “Nós demos há um tempo atrás. Inclusive ele [Bacelar] deu apoio naquela
reunião da UPB, com discurso e tudo”, rememorou. Perguntado
especificamente se o PR poderia aderir à chapa do DEM, Rocha considerou:
“Não sei se pode mudar de lado porque é uma questão que pode ser decidida
em nível nacional. Pode mudar ou pode manter. Acho que é melhor aguardar o que
vai acontecer amanhã em Brasília”. (Bahia Noticias)