DELEGADO MAIS ANTIGO NA LAVA JATO PEDE DESLIGAMENTO E É TRANSFERIDO

O delegado da Polícia Federal Márcio Adriano Anselmo vai
deixar a Operação Lava Jato, em Curitiba. Responsável pela investigação
originária do escândalo de corrupção na Petrobrás – de lavagem de dinheiro da
família do ex-deputado federal José Janene (PP-PR), morto em 2010 -, ele vai
assumir a Corregedoria da Superintendência da Polícia Federal no Espírito
Santo.

O delegado da Lava Jato havia pedido o desligamento da
força-tarefa em meados de 2016, motivado [por esgotamento físico e mental causado
pelos mais de três anos] que esteve à frente dos inquéritos da operação,
segundo registrou em documento enviado há um mês aos superintendentes da PF em
Curitiba e no Espírito Santo, Rosalvo Ferreira Franco e Ildo Gaspareto,
respectivamente.

[Tal pedido se dá por questões de natureza pessoal, sem
interferência da administração], afirmou Anselmo aos superiores. O delegado
pretendia pedir licença para estudar no exterior, mas recebeu o convite para
assumir a Corregedoria da PF no Espírito Santo.

Equipe

Delegado com mais tempo de Lava Jato na equipe que conduz as
investigações em Curitiba, Anselmo afirma no documento que sua saída [não
impede de continuar auxiliando nos trabalhos] da operação Lava Jato.

O delegado foi não só o responsável pela origem do caso, mas
também quem prendeu, no dia 19 de junho de 2015, o empreiteiro Marcelo Bahia
Odebrecht, em São Paulo. Ele ainda conduz os inquéritos contra o ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.

Pressão

Anselmo registrou ainda em documento enviados aos
superintendentes que faz parte do seu processo administrativo de indicação ao
cargo de corregedor, que [são infundadas algumas manifestações na imprensa no
sentido de interferências na investigação, motivadas sobretudo por interesses
escusos].

[Sempre atuei nos casos que presidi com absoluta
independência dentro do que me permite a legislação], escreveu o policial aos
superiores. (Com informações da Agência Estado).

Foto: Divulgação

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