SENADORES DO PMDB RECEBERAM PARTE DE PROPINA DE US$ 40 MILHÕES, DIZ MPF

Segundo o procurador da República, Diogo Castor de Mattos,
da força-tarefa da Operação Lava Jato, [agentes políticos do PMDB no Senado]
foram beneficiários de parte dos US$ 40 milhões de propina supostamente
repassados pelos operadores do partido Jorge Luz e Bruno Luz durante dez anos.
Pai e filho são alvos de mandados de prisão da Operação Blackout, 38.ª fase da
Lava Jato.

[Há estimativas da Procuradoria-Geral da República de que
essas pessoas (Jorge e Bruno) movimentaram em torno de US$ 40 milhões em
pagamentos indevidos. Os beneficiários eram diretores e gerentes da Petrobras e
também pessoas com foro privilegiado, agentes políticos relacionados ao PMDB.
Há elementos que apontam que agentes políticos do Senado, ainda na ativa, foram
beneficiários de parte desses pagamentos], afirmou.

Ainda conforme a força-tarefa da Lava Jato, Jorge e Bruno
Luz foram identificados como facilitadores na movimentação de recursos
indevidos pagos a integrantes das diretorias da Petrobras. Ambos também são
suspeitos de utilizar contas na Suíça e nas Bahamas para repasses de propinas a
agentes públicos e políticos, de acordo com o Ministério Público Federal (MPF).

Segundo o MPF, Jorge operava principalmente para o PMDB, mas
também trabalhou junto às diretorias de Abastecimento e de Serviços da
Petrobras, nas quais atuavam o Partido Progressista (PP) e o Partido dos
Trabalhadores (PT), respectivamente.

Com dupla nacionalidade, os dois estão nos Estados Unidos e
já foram incluídos na difusão vermelha da Interpol. Bruno Luz deixou o Brasil
em agosto do ano passado e seu pai, em janeiro deste ano.

O procurador Diogo Castor não citou nome de nenhum político
supostamente beneficiário das propinas dos operadores do PMDB.

Em nota pública, o senador Renan Calheiros (PMDB-AL),
ex-presidente do Senado, admitiu nesta quinta conhecer Jorge Luz, mas declarou
que não vê o lobista há mais de 25 anos]. (Diário do Poder)

FOTO: MARCOS OLIVEIRA/AG. SENADO