PLANALTO ABRE FORTE OFENSIVA PARA REFORMA DA PREVIDÊNCIA SER APROVADA NA CÂMARA

Passado o recesso do carnaval, o governo abriu uma forte
ofensiva para ver aprovada na Câmara a reforma da Previdência com o mínimo de
mudanças no projeto original. Esse esforço, iniciado oficialmente nesta
sexta-feira (03), inclui ameaça de retirada de cargos dos parlamentares da base
que votarem contra a medida; campanha nas redes sociais feita pelo PMDB
afirmando que programas sociais, como o Bolsa Família, acabarão sem a aprovação
da reforma; e o corpo a corpo que será retomado pelo ministro da Fazenda,
Henrique Meirelles, no Congresso.

Uma força-tarefa liderada pelo presidente da Câmara, Rodrigo
Maia (DEM-RJ), esteve no gabinete de Meirelles na sexta-feira poela manhã. O
que seria uma reunião rápida durou cerca de duas horas e, ao final, Maia, que
defendia regras [mais escalonadas] para a transição ao regime de idade mínima
de 65 anos para a aposentadoria, deixou o Ministério informando que havia
mudado de ideia. [Até semana passada eu defendia que podia ter um período um
pouco maior, mas fui convencido de que não é necessário], disse, na saída.

A conversa com o ministro Meirelles foi centrada nos três
pontos da reforma considerados essenciais pelo governo: a idade mínima de 65
anos para homens e mulheres se habilitarem à aposentadoria; o regime de
transição que valerá para homens acima de 50 anos de idade e mulheres acima de
45, e a impossibilidade de duplo benefício.

Rodrigo Maia deixou o encontro na Fazenda dizendo que quer
aprovar a reforma da Previdência no plenário da Câmara entre a segunda quinzena
de abril e o início de maio. E negou que tenha discutido a flexibilização de
pontos da reforma. [Pedi a reunião para discutir ponto a ponto, principalmente
aquilo que tem gerado mais polêmica,[afirmou.]Não viemos pedir mudança em
nenhum ponto, o que queremos é clareza em cada ponto polêmico para que possamos
fazer defesa pública da votação que é a mais importante que o Brasil terá neste
ano].

Interlocutores do Palácio do Planalto dizem que os
parlamentares da base precisarão comprovar se realmente estão com o governo. A
primeira ação do governo deverá ser mapear os deputados da base críticos à PEC
na comissão e substituí-los.

O discurso oficial é que a Reforma da Previdência pode ser
aprovada na comissão especial até o final deste mês, o que a tornaria apta para
votação em plenário a partir de abril. Os aliados do governo trabalham com um
prazo de aprovação em dois turnos na Câmara, entre 15 de abril e 10 de maio. Se
tiver mais de 308 votos, a matéria seguirá para o Senado. (AE)

Foto: EBC-Montagem

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