O presidente Michel Temer vai se reunir na noite desta
segunda-feira (6), com líderes do governo na Câmara e no Senado para debater a
reforma da Previdência e outros assuntos econômicos. Com a presença de
ministros, Temer também quer discutir as prioridades do Palácio do Planalto no
campo político e a readequação dos partidos na Esplanada, com as novas
nomeações para os ministérios da Justiça e das Relações Exteriores.
Nas últimas semanas, Temer nomeou o senador Aloysio Nunes
Ferreira (PSDB-SP) para o Itamaraty no lugar do também tucano José Serra, que
pediu demissão por problemas de saúde. Ele também escolheu o deputado
peemedebista Osmar Serraglio para a vaga deixada por Alexandre de Moraes no
Ministério da Justiça.
Participam do encontro hoje à noite no Palácio da Alvorada
os líderes do governo na Câmara, Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), no Senado, Romero
Jucá (PMDB-RR), e no Congresso, André Moura (PSC-SE), que ainda será
oficializado no cargo. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e o
relator da PEC, deputado Arthur Maia (PPS-BA), também participam do jantar,
além dos ministros da Fazenda, Henrique Meirelles, da Secretaria-Geral, Moreira
Franco, e da Secretaria de Governo, Antônio Imbassahy.
A reforma da Previdência, prioridade do governo neste primeiro
semestre, está em tramitação na Câmara por meio de uma proposta de emenda à
Constituição (PEC). Para a discussão da chamada PEC 287, cujo cronograma da
Casa prevê que a votação final ocorra em abril, a Comissão Especial da Reforma
da Previdência promove ao longo desta semana três audiências públicas sobre a
proposta.
Enviadas pelo governo federal ao Congresso no fim do ano
passado, as mudanças preveem idade mínima de 65 anos para homens e mulheres se
aposentarem. O tempo mínimo de contribuição deve subir de 15 anos para 25 anos.
Pelo novo modelo, para se aposentar com acesso ao benefício integral será
necessário contribuir ao longo de 49 anos. Nesta manhã, o relator Arthur Maia
disse que alguns itens da proposta ainda estão em discussão, como as regras de
transição, o aumento da idade para receber o Benefício de Prestação Continuada
(BPC) e a desvinculação do salário-mínimo. (ABr)
FOTO: DIDA SAMPAIO ESTADÃO