ODEBRECHT: PAI E FILHO SÃO INTIMADOS PARA DEPOR PERANTE SÉRGIO MORO

Pai e filho, donos de um dos maiores impérios empresariais
do Brasil, foram intimados para depor perante o juiz Sérgio Moro, em Curitiba.
Agora delatores, Emílio Odebrecht, patriarca do grupo, e seu filho Marcelo
Bahia Odebrecht ? preso desde 19 de junho de 2015 ? vão falar ao juiz da Lava
Jato nos dias 13 de março e 10 de abril, respectivamente.

Os dois foram chamados na ação penal da Lava Jato em
Curitiba na qual o ex-ministro Antônio Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos
Lula e Dilma) é acusado de atuar para favorecer os interesses da Odebrecht
junto ao governo federal na contratação de sondas de exploração do pré-sal com
a Petrobrás.

Nesta mesma ação o próprio Marcelo também é réu.

Emílio foi chamado pelo filho para depor como sua testemunha
de defesa e será ouvido na próxima segunda-feira (13), por meio de
videoconferência com a Justiça Federal em São Paulo. Já Marcelo Odebrecht será
ouvido como réu ? em seu interrogatório, poderá se manifestar pessoalmente
sobre a s acusações da Procuradoria da República que lhe atribui, e também a
Palocci e a outros 11 investigados, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

Por lei, Emílio poderia não falar nada que implicasse seu
filho em irregularidades. Como fez a delação premiada, contudo, o executivo
será obrigado a contar o que sabe sobre os episódios apontados pelo Ministério
Público Federal na acusação que atinge, além de Marcelo, os ex-executivos da
empreiteira Hilberto Mascarenhas, Luiz Eduardo Soares e Olívio Rodrigues
Junior, que supostamente lavava dinheiro de propina para a empreiteira.

Audiência

Não será a primeira vez que Marcelo Odebrecht ficará frente
a frente com Moro. Em 30 de outubro de 2015 ele foi interrogado pelo juiz da
Lava Jato na audiência da primeira ação penal que respondeu na Justiça Federal
em Curitiba acusado de corrupção, lavagem de dinheiro e organização criminosa
envolvendo o esquema de corrupção da Petrobras.

Na ocasião, Odebrecht ainda não tinha decidido fazer um
acordo de colaboração premiada e afirmou que não cabia a ele ?responder pela
construtora (Norberto Odebrecht)?.

Para evitar falar durante a audiência, sua defesa havia
encaminhado também por escrito 60 perguntas e respostas sobre a acusação da
Lava Jato contra ele, e, ao ser indagado pelos investigadores e por Moro,
reiterava que tudo que havia dito sobre o caso estava no material por escrito.

Nesta primeira ação ele acabou condenado a 19 anos e quatro
meses de prisão no dia 8 de março de 2016.

No dia 22 daquele mês a empreiteira anunciou que faria uma [colaboração definitiva] com as autoridades. Naquele dia foi deflagrada a
Operação Xepa ? 26.ª fase da Lava Jato e que tinha como alvo o Setor de
Operações Estruturadas, nome formal do [Departamento da Propina] da
empreiteira.

Agora com a delação homologada ele se encontrará novamente
com o juiz Moro, desta vez sob compromisso de contar o que sabe. (AE)

Foto: Divulgação

 

 

Mais notícias sobre