PONTE SALVADOR-ITAPARICA É TEMA DE REUNIÃO CONJUNTA DE COLEGIADOS DA ALBA

A Ponte Salvador-Itaparica poderia começar a ser construída
hoje caso o presidente da República, Michel Temer, autorizasse a liberação do
dinheiro que cabe ao Governo Federal no projeto: R$ 7,5 bilhões. O sistema
viário idealizado pelo Governo da Bahia, quando estiver pronto, vai gerar R$ 57
bilhões em arrecadação durante 30 anos de concessão. Deste montante, R$ 20
bilhões irão para o Estado. As informações foram dadas ontem pelo
vice-governador e secretário do Planejamento, João Leão, durante a exposição
que fez na reunião conjunta das comissões de Infraestrutura, Desenvolvimento
Econômico e Turismo e Especial da Ferrovia Engenheiro Vasco Neto e do Porto
Sul.

Segundo Leão, a ponte começa a gerar dinheiro desde o
primeiro dia da construção na forma de variados impostos. O Estado captará R$
600 mil e a União o dobro, R$ 1,2 bilhão, ao mês. A ponte produzirá
desenvolvimento, vai gerar 10 mil empregos diretos e encurtar distâncias. O
trajeto, por exemplo, entre Salvador e Ilhéus, será diminuído em 157
quilômetros, informou o secretário, que confirmou o interesse de grandes
empresas, nacionais e asiáticas no projeto.

INVESTIMENTO

Os chineses investiriam 75 do total dos R$ 7,5 bilhões
previstos para a construção da ponte. Assim como devem alocar R$ 2,8 bilhões na
ferrovia e outros R$ 2,8 bilhões para a conclusão do Porto Sul, que, segundo
Leão, já está com 72 das obras iniciadas. O dinheiro asiático virá do Fundo
Chinês para Investimento na América Latina (Clai-Fund) e da China Railway
Engineering Group 10 (Crec), uma das maiores construtoras chinesas, que devem
participar da licitação da ferrovia, que o Governo Federal anuncia para julho.

Para viabilizar o investimento chinês, o governo estuda a
possibilidade de venda antecipada da capacidade operacional da ferrovia. O
dinheiro arrecadado iria para a conclusão da obra e em contrapartida os
empresários garantem o direito de transportar suas cargas. Os chineses vão
também construir e operar o Porto Sul em associação com o Governo do Estado e a
Bahia Mineração (Bamin). A estimativa é de um investimento de R$ 2,8 bilhões.

Os protocolos de intenções sobre a participação dos grupos
asiáticos na construção e operação do Porto Sul foram assinados no último dia
8, em Pequim, pelo governador Rui Costa; pelo secretário da Casa Civil, Bruno
Dauster e empresários chineses. O Clai-Fund é uma organização que investe em
empresas no regime de cooperação entre a China e a América Latina e pretende
cooptar para o projeto na Bahia siderúrgicas asiáticas. A participação nestes
empreendimentos está sendo considerada a maior operação do Fundo na América
Latina. Já a Crec 10 é anunciada como uma das maiores construtoras de ferrovias
do mundo e tem o Porto Sul e a Ferrovia Engenheiro Vasco Neto como projetos
prioritários.

O Complexo Porto Sul, quando operando a plena carga, terá
capacidade para movimentar 55 milhões de toneladas de minério de ferro por ano,
além de grãos e fertilizantes. A expectativa do Governo é que as obras comecem
até o final do ano. Os chineses demonstram interesse também em uma outra
ferrovia: a Bioceânica, a ser construída a partir da Ferrovia Vasco Neto para
compor uma linha de trem entre os oceanos Atlântico e Pacífico. O projeto é que
ela parta de Ilhéus, passe por Mato Grosso, Rondônia e Acre, até chegar ao
Peru, onde encontraria novamente o mar. Mas este é um projeto para o futuro. Os
empresários chineses estiveram mês passado visitando [quase toda a ferrovia] em
companhia do vice-governador. (Agencia Alba)

Foto: Ag. Alba