O presidente da Assembleia Legislativa da Bahia, deputado
Angelo Coronel (PSD) abriu, ontem, a reunião de lançamento do Podemos na Bahia,
sigla que vai substituir o Partido Trabalhista Nacional (PTN). No encontro, que
lotou o auditório Pedro Calmon, da Assembleia, Coronel elogiou o novo e
[sugestivo] nome da agremiação e declarou: [Podemos ficar juntos, porque juntos
seremos fortes].
O evento de lançamento do Podemos foi bastante concorrido,
contando com as presenças do governador Rui Costa (PT), do ex-governador e
secretário estadual de Desenvolvimento Econômico Jaques Wagner (PT), dos
deputados federais Jozi Araújo (PTN/AP) e Luís Carlos Ramos (PTN/RJ), além dos
estaduais Alex Lima (PTN), Jânio Natal (PTN), Marcelo Nilo (PSL), vereadores e
prefeitos. Na plateia, deputados federais de São Paulo, Amapá e Rio de Janeiro.
Na análise de Angelo Coronel, [um recorde de público].
Em sua fala, o presidente da Assembleia previu ainda o
avanço da sigla no Estado, não só por causa da mudança do nome, mas sobretudo
pela nova filosofia da sigla de abrir canais diretos de diálogo com a
sociedade. [Quem sabe não haverá um crescimento nas bancadas estadual e federal
e até mesmo um candidato ao governo?], afirmou Coronel, nas presenças dos
presidentes estadual e nacional do PTN, os deputados federais João Carlos
Bacelar (BA) e Renata Abreu (SP), respectivamente.
A deputada Renata Abreu reforçou que a mudança de nome do
PTN para Podemos significa, na verdade, uma nova forma de pensar a política no Brasil. [Vivemos
uma sociedade conectada que acredita que participar é muito mais que ir às
urnas de quatro em quatro anos. Participar é debater e decidir juntos. O
Movimento Podemos traz a participação popular, a transparência e a democracia
direta], afirmou Renata Abreu.
De acordo com ela, o Podemos se propõe a ser o primeiro
partido brasileiro, literalmente, de iniciativa popular, sem esquerda, nem de
direita, nem oposição, nem governo, mas para frente. [O que a maioria da
população decidir será defendido pelo Podemos], garante Renata Abreu.
Para isso, ela conta que o Podemos pretende fazer uso de
aplicativos e outras ferramentas digitais para compartilhar com o cidadão as
questões a serem discutidas. A internet, diz a deputada , passa a ser o
endereço digital do partido, permitindo, assim, uma maior participação popular
nos processos de decisão política e com acesso a mais informações sobre os
políticos no poder.
Uma das ações citadas por Renata Abreu diz respeito a
projetos de lei de iniciativa popular. Segundo ela, qualquer cidadão que propor
um projeto de lei na plataforma digital do partido, e que receba em nível
nacional 50 mil apoiadores, um parlamentar federal do Podemos é obrigado a
protocolar, desde que a proposta seja constitucional. Hoje, um projeto de
iniciativa popular exige a apresentação de um abaixo-assinado à Câmara dos
Deputados, subscrito por, no mínimo, 1 do eleitorado nacional. Isso significa
conseguir em torno de 1,3 milhão de assinaturas.
O presidente estadual no partido, João Carlos Bacelar,
também defendeu essa mudança de postura da sigla. [A luta do Podemos é contra a
política do século passado, que insiste em não ouvir e não representa a voz dos
cidadãos brasileiros. Contra o sistema político, que está desatualizado e não
permite participação. Contra a corrupção. A favor dos trabalhadores].
De acordo com o material divulgado pela agremiação, a
proposta do Podemos é dar [uma resposta a esta nova sociedade em um mundo
conectado, mas com uma política que não quer escutar. Somos um partido
movimento que defende mais transparência, mais participação e mais democracia
direta, organizado como um coletivo de causas, para juntos mudar o Brasil]. O
lema da agremiação é justamente este: [Podemos Mudar o Brasil].
Para o governador Rui Costa, juntos, o Podemos, o PT e
outros partidos que tenham afinidade podemos transformar o atual cenário das instituições
políticas do país. [Precisamos pegar partidos que têm ideologias parecidas e,
estimulados pela lei, possam se agregar
para que a gente a mude a realidade do Brasil], afirmou. Ele ressaltou, no
entanto, que o atual quadro político do país, como mais de 40 partidos
existentes, estabelecer prioridades fica cada vez mais difícil.
[Mas entendo que juntos com o Podemos é possível devolver a
confiança ao povo brasileiro e fazer a reforma política tão necessária na visão
do governador do estado. [Precisamos
estabelecer regras transparentes e para todos. Só assim, o povo voltará a ter
orgulho e prestigiar a política e os políticos], acredita ele.
Já o ex-governador Jaques Wagner elogiou a filosofia do
Podemos e afirmou que não existe solução para o Brasil que não passe pela
política. [A única alternativa à política são os regimes autoritários e ninguém
quer ser obstruído de poder escolher seu governador, seu presidente da Republica
como já aconteceu aqui], lembrou Wagner, contando que iniciou sua vida política
aos 17 anos, no movimento estudantil. [Vim parar na Bahia porque eu era
liderança estudantil no Rio de Janeiro e, naquela época dos governos militares,
quem falava contra acabava perseguido].
Para Wagner, A regra do jogo político no Brasil hoje é uma
regra ruim. [É uma regra que não estimula, não abraça, não fortalece os bons
que querem fazer política]. Para ele, o maior erro de seu partido, o PT, foi
não ter feito a reforma política no primeiro ano de governo do ex-presidente
Luiz Inácio Lula da Silva. [Tem o debate sobre o financiamento público de campanha
ou não. Agora fica mais fácil porquê ficou evidente que, quando não tem
financiamento público, acaba tendo um financiamento que é mais caro].
O ex-presidente da Assembleia, Marcelo Nilo, também citou os
problemas que o Brasil enfrenta hoje por causa das crises econômica e política.
[Na verdade, essa grave crise econômica é fruto da grave crise política que o
Brasil atravessa. Se tivéssemos a competência de resolver a crise política pode
ter certeza que nos resolveríamos a crise econômica], afirmou. Para ele, a
crise política começou com impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff. [Isso
tudo porque 377 deputados jogaram na lata de lixo 54 milhões de votos].
(Agencia Alba)